Kremlin diz que espera nova cúpula entre Putin e Trump

MOSCOU (Reuters) - O Kremlin disse nesta segunda-feira que espera que outra cúpula entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, possa ocorrer assim que a preparação necessária for concluída.

Putin e Trump se encontraram pela última vez em agosto em uma cúpula no Alasca, onde discutiram uma possível resolução para acabar com a guerra na Ucrânia.

No mês passado, eles anunciaram planos para uma cúpula em Budapeste, mas Trump a cancelou logo depois, dizendo que o momento não parecia adequado.

Perguntado se Moscou havia perdido uma oportunidade e sob quais condições uma nova reunião entre Putin e Trump poderia acontecer, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos repórteres: 'Não podemos prever agora quando essas condições surgirão. Embora, é claro, todos nós estejamos interessados em que essas condições ocorram mais cedo ou mais tarde'.

Ele disse que ambos os lados concordaram que uma cúpula requer uma preparação profunda para ser produtiva.

'Portanto, assim que essa preparação for concluída e as condições para a realização da cúpula estiverem em vigor, esperamos que ela ocorra.'

Ao anunciar o cancelamento da cúpula de Budapeste, Trump reiterou no mês passado sua frustração com Putin, dizendo: 'Toda vez que falo com Vladimir, tenho boas conversas, mas depois elas não vão a lugar algum'. Em 22 de outubro, ele impôs sanções à Rússia relacionadas à Ucrânia -- visando as empresas de petróleo Rosneft e Lukoil -- pela primeira vez em seu segundo mandato.

No domingo, Trump disse que os republicanos norte-americanos estão trabalhando em uma legislação que imporia sanções a qualquer país que fizer negócios com a Rússia -- algo que, segundo Peskov, seria muito mal visto por Moscou.

'Veremos como esse projeto de lei avança e quais são os detalhes envolvidos. É claro que teríamos uma visão muito negativa disso', disse ele.

Trump já elevou drasticamente as tarifas sobre os produtos indianos, citando as compras de petróleo russo feitas pela Índia, o que, segundo Moscou, equivale a uma pressão comercial ilegal.

(Reportagem de Dmitry Antonov)