Macron e novo premiê da França trabalham em formação de novo governo

Por Elizabeth Pineau

PARIS (Reuters) - O presidente da França, Emmanuel Macron, e seu novo primeiro-ministro, Gabriel Attal, trabalharam nesta quarta-feira para formar um gabinete, um dia depois de Macron ter nomeado o aliado de 34 anos para dar nova vida ao seu segundo mandato.

Attal prometeu ser ousado e rápido para ajudar a classe média a enfrentar o aumento do custo de vida, sinalizando o desejo de Macron de ir além das reformas divisivas e melhorar as chances de seu partido centrista nas eleições para o Parlamento Europeu em junho.

Pouco foi divulgado sobre a formação do novo gabinete, embora Gerald Darmanin tenha dito à mídia francesa que estava confiante de que permaneceria como ministro do Interior. Ele é responsável, entre outras questões, pela segurança dos Jogos Olímpicos de Paris neste ano.

Attal e Darmanin devem visitar uma cidade na região de Paris ainda nesta quarta-feira, segundo a mídia francesa.

O Ministro das Finanças, Bruno Le Maire, que está no cargo há sete anos -- uma estabilidade rara nessa função para os padrões franceses -- também parecia interessado em permanecer e revelou seus planos no ministério para o ano inteiro em um discurso na segunda-feira.

Uma fonte em contato regular com Le Maire e Macron disse que esperava que o primeiro permanecesse no cargo. 'Para o presidente, é uma garantia de que não haverá contratempos.'

CORRIDA PRESIDENCIAL

O gabinete de Attal disse à Reuters que Emmanuel Moulin, um aliado próximo do poderoso chefe de gabinete de Macron, Alexis Kohler, se tornaria o chefe de gabinete do primeiro-ministro, em um sinal de que o presidente pode ficar de olho em seu primeiro-ministro, como fez com seus antecessores.

É provável que a remodelação intensifique a corrida no campo de Macron para sucedê-lo na próxima eleição presidencial em 2027, com o ex-primeiro-ministro Edouard Philippe, Darmanin e Le Maire sendo vistos como candidatos em potencial -- ao lado de Attal, que está em rápida ascensão.

Os comentaristas franceses disseram que os colegas de gabinete ambiciosos e mais graduados de Attal poderiam lhe causar dificuldades. Mas a escolha surpresa sugere que o presidente estava interessado em promover uma 'geração Macron' de jovens de trinta e poucos anos, disse um funcionário do palácio.

Não ficou claro quando a nova equipe de governo seria nomeada, com o presidente do Senado, Gerard Larcher, dizendo à TF1 TV que Attal lhe disse que isso poderia ser feito por volta do final da semana.

O descontentamento público generalizado com o aumento do custo de vida e a contestada reforma previdenciária do ano passado atingiram seriamente os índices de popularidade de Macron e as chances de seu partido na eleição para o Parlamento da UE. As pesquisas apontam a sigla de Macron muito atrás do partido de extrema direita de Marine Le Pen.

Attal foi considerado um dos políticos mais populares da França nos últimos meses. Fiel a Macron, ele se tornou um nome conhecido como porta-voz do governo durante a pandemia da Covid-19 e ganhou a reputação de ser um comunicador tranquilo.

(Reportagem de Elizabeth Pineau, Dominique Vidalon, Bertrand Boucey e Zhifan Liu)