Medvedev chama UE de inimiga e diz que adesão da Ucrânia seria perigosa
Medvedev chama UE de inimiga e diz que adesão da Ucrânia seria perigosa
Reuters
25/06/2025
MOSCOU (Reuters) - O ex-presidente russo Dmitry Medvedev disse na quarta-feira que a União Europeia evoluiu para uma inimiga da Rússia que representa uma ameaça direta à sua segurança, e Moscou agora se opõe à adesão da Ucrânia ao bloco.
Há muito tempo, a Rússia se opõe à adesão da Ucrânia à aliança militar ocidental da Otan -- um dos motivos que ela apresenta para sua decisão de lançar uma guerra em grande escala contra a Ucrânia em 2022.
No entanto, no passado, ela se mostrou mais aberta com a perspectiva de Kiev se tornar membro da UE. O presidente Vladimir Putin disse, em junho de 2022, que a Rússia não tinha 'nada contra' isso, e o Kremlin afirmou, em fevereiro, que a adesão ao bloco era um direito soberano da Ucrânia.
Mas Medvedev, que agora é vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, disse que a UE deixou de ser um bloco econômico dedicado a evitar a guerra para se tornar o que ele chamou de uma organização politizada antirrussa que estava lentamente se transformando em um bloco militar.
'Bruxelas é hoje um verdadeiro inimigo da Rússia. Em sua atual forma distorcida, a União Europeia não é menos uma ameaça para nós do que a Aliança do Atlântico Norte', escreveu Medvedev no Telegram.
Ele afirmou que, portanto, é errado dizer agora que a Ucrânia deve ser livre para 'aderir a qualquer coisa que quiser' além da Otan.
'A UE, repleta de armas... é uma ameaça direta à Rússia. É exatamente assim que ela deve ser tratada. Pelo menos até que mude sua abordagem em relação a nós', acrescentou. 'Portanto, a chamada ideia da Ucrânia na UE é um perigo para nosso país.'
A Ucrânia solicitou adesão à UE logo após o início da guerra em 2022 e recebeu o status de candidata no final daquele ano.
Medvedev disse que a cooperação bilateral entre Moscou e alguns Estados membros da UE deve, no entanto, continuar. Ele não citou países específicos, mas os vizinhos da Europa Central Hungria e Eslováquia têm se esforçado para manter relações cordiais com Putin desde o início da guerra.
(Reportagem da Reuters)
Reuters

