MI5 perdeu chance de parar atentado em show de Ariana Grande no Reino Unido, diz inquérito

Por Jason Cairnduff

LONDRES (Reuters) - Os serviços de segurança do Reino Unido perderam uma oportunidade 'significativa' de tomar medidas que poderiam ter evitado um atentado suicida mortal em 2017, no final de um show pop de Ariana Grande em Manchester, concluiu um inquérito sobre o ataque nesta quinta-feira.

Vinte e duas pessoas - a mais jovem com apenas oito anos - morreram na explosão e mais de 200 ficaram feridas, quando um homem detonou uma bomba caseira na Manchester Arena enquanto os pais chegavam para buscar seus filhos após o show da cantora norte-americana.

O presidente do inquérito, John Saunders, disse que a agência de espionagem britânica MI5 perdeu chances que poderiam ter parado o ataque. Ele também criticou o compartilhamento de inteligência com a polícia antiterrorista.

'Houve uma oportunidade de agir significativa perdida, que poderia ter evitado o ataque', disse Saunders em seu terceiro e último relatório sobre o atentado, o mais letal no Reino Unido desde os ataques suicidas em Londres, em 2005.

'Não é possível chegar a nenhuma conclusão sobre o equilíbrio de probabilidades ou qualquer outro padrão probatório sobre se o ataque teria sido evitado.'

'No entanto, havia uma possibilidade realista de que a inteligência poderia ter sido acionada, o que poderia ter levado a ações que iriam prevenir o ataque.'

O advogado de 11 famílias que perderam entes queridos disse que as falhas destacadas no relatório são inaceitáveis.

'Como resultado dessas falhas, pelo menos, uma possibilidade real de impedir esse ataque foi perdida. Esta é uma conclusão devastadora para nós', disse o advogado Richard Scorer.

Relatórios anteriores de Saunders concluíram que houve sérias falhas e erros cometidos na segurança do local. Ele também descobriu que um dos mortos provavelmente teria sobrevivido se a resposta dos serviços de emergência não tivesse sido tão falha.

As descobertas de Saunders ecoam as do Comitê de Inteligência e Segurança do parlamento, que concluiu em um relatório de 2018 que o serviço de segurança MI5 havia perdido oportunidades em potencial para evitar o bombardeio e não aprendeu com os ataques anteriores.

(Texto de Michael Holden)