Premiê do Canadá enfrenta votação crucial sobre orçamento que pode provocar eleição
Premiê do Canadá enfrenta votação crucial sobre orçamento que pode provocar eleição
Reuters
17/11/2025
OTTAWA (Reuters) - O primeiro-ministro canadense, Mark Carney, enfrentará um teste crucial nesta segunda-feira, quando o Parlamento votar seu primeiro orçamento, e uma derrota poderá desencadear uma segunda eleição federal em menos de um ano.
Os liberais de Carney têm poucas cadeiras a menos do que a maioria na Câmara dos Comuns, que tem 343 assentos, o que significa que eles precisam que alguns parlamentares da oposição apoiem o orçamento ou se abstenham. A votação da Câmara está prevista para as 20h45 (horário de Brasília).
No papel, Carney parece estar seguro, uma vez que os Novos Democratas, de esquerda, que perderam quase três quartos de suas cadeiras na eleição de abril que levou Carney ao poder, indicaram no mês passado que não o derrubariam. O partido está com falta de recursos e não tem um líder permanente.
O jornal Globe and Mail citou nesta segunda-feira uma fonte liberal sênior dizendo que o governo esperava vencer a votação por pouco. Se perdesse, Carney poderia convocar uma eleição ou tentar chegar a um acordo com os Novos Democratas, por meio do qual eles o manteriam no poder em troca do aumento dos gastos sociais.
O antecessor de Carney, Justin Trudeau, fechou um acordo desse tipo com os Novos Democratas que durou dois anos e meio.
Pesquisas recentes sugerem que, se uma eleição fosse realizada agora, os liberais manteriam o poder. O Partido Conservador, oposição oficial de centro-direita, está lidando com dissidências internas após a derrota nas eleições de abril, e o líder Pierre Poilievre enfrentará uma revisão formal de seu desempenho em janeiro.
O orçamento de Carney, um projeto econômico para o próximo ano fiscal, propôs dobrar o déficit fiscal para combater as tarifas dos EUA e financiar programas de defesa e habitação. Embora tenha proposto a redução do número de funcionários do governo federal, o orçamento não continha tantas medidas de austeridade como alguns temiam.
(Reportagem de David Ljunggren)
Reuters

