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Privatização da Copel movimenta R$5,2 bi, na 2ª maior oferta do ano na B3

Placeholder - loading - Bolsa de Valores B3 06/07/2023 REUTERS/Amanda Perobelli
Bolsa de Valores B3 06/07/2023 REUTERS/Amanda Perobelli

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Por Letícia Fucuchima

SÃO PAULO (Reuters) - A oferta de ações que culminou na privatização da companhia elétrica paranaense Copel movimentou 5,2 bilhões de reais ao todo, na segunda maior oferta de ações na bolsa brasileira B3 no ano até agora, segundo envolvidos na operação.

A privatização foi marcada por elevado interesse dos investidores, com demanda perto de 12,5 bilhões de reais, e participação de estrangeiros, com as gestoras norte-americanas Zimmer e GQG passando a ingressar no capital da companhia, disse uma fonte com conhecimento do assunto.

A operação foi precificada na véspera a 8,25 reais por papel, um prêmio de 5% em relação ao preço da ação na data de lançamento da oferta. Ao todo, foram levantados 5,2 bilhões de reais em recursos que irão para o governo paranaense e para o caixa da Copel.

O valor total da oferta inclui um lote base de 549.171.000 ações, em tranches primária e secundária, e o exercício do lote suplementar ('greenshoe'), equivalente a até 15% das ações oferecidas.

O 'follow on' diluiu a participação do Estado do Paraná no capital da companhia a 15,6%, ante 31% antes da oferta, fazendo com que a elétrica passe a ter capital pulverizado na bolsa e sem controlador definido.

Segundo a fonte, 70% das ações ofertadas ficaram com investidores nacionais, e 30%, com estrangeiros. As gestoras norte-americanas Zimmer e GQG e a brasileira SPX estão entre as participantes, acrescentou.

'Teve uma altíssima demanda, foi 2,6 vezes o 'book', algo como 12,5 bilhões de reais... E a qualidade dos investidores também chamou a atenção', disse a fonte, avaliando que esse interesse internacional reflete também uma melhora do cenário macroeconômico do país.

Procuradas, GQG e SPX ainda não retornaram aos pedidos de comentário. Não foi possível entrar em contato com a Zimmer.

O início das negociações das ações na B3 está marcado para 10 de agosto. A oferta foi conduzida pelos bancos BTG Pactual (coordenador líder), Itaú BBA, Bradesco BBI, Morgan Stanley e UBS BB.

Agora, deve se iniciar um período de transição para uma nova gestão da companhia elétrica, com eleição de novo conselho e adaptação às novas normativas -- o estatuto social reformado da companhia, com práticas alinhadas às de uma 'corporation', entra em vigor com a conclusão da oferta.

A Copel irá realizar na quinta-feira uma assembleia de acionistas na qual está prevista a eleição de novos membros para compor o colegiado após a renúncia de dois integrantes no mês passado.

A expectativa é de que esse colegiado esteja à frente do processo de transição que se iniciará agora, até que surja uma nova chapa com a privatização já concretizada, disse a fonte.

HISTÓRICO DA OPERAÇÃO

A conclusão da operação, que marca a transformação da Copel em uma 'corporation', ocorre cerca de 10 meses após o governo do Paraná anunciar sua intenção de privatizar a companhia, em uma virada de planos do governador Ratinho Júnior, que até aquele momento vinha descartando a desestatização da empresa.

Inspirada nos moldes da privatização da Eletrobras, a operação da Copel também incluiu mecanismos como a limitação a 10% do poder de voto de acionista ou grupo de acionistas, uma 'poison pill' para dificultar eventuais planos de assunção do controle por algum acionista, e a criação de uma 'golden share' que confere ao Paraná poder de veto em determinados assuntos.

Assim como no caso da Eletrobras, a transação envolveu a renovação de concessões de hidrelétricas, de modo que a União --enquanto poder concedente das usinas -- também receberá recursos bilionários com o processo de privatização.

A parcela primária da oferta, de cerca de 1,9 bilhão de reais, será destinada para o pagamento do bônus para a renovação integral das concessões das usinas Foz do Areia, Segredo e Salto Caxias por 30 anos.

A Copel é uma das maiores elétricas do país, possuindo atuação integrada no setor, com um portfólio de ativos de distribuição, geração e transmissão de energia espalhados em 10 Estados.

A companhia distribui energia elétrica a mais de 5 milhões de clientes no Paraná, tem quase 10 mil km de linhas de transmissão e um parque gerador de 7 gigawatts (GW), composto principalmente de usinas de fontes renováveis.

(Por Letícia Fucuchima)

Escrito por Reuters

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