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Repressão recente na Venezuela pode ser consequência da diminuição do apoio a Maduro, dizem fontes

Placeholder - loading - Presidente da Venezuela Nicolás Maduro em Caracas  20/2/2024    REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria
Presidente da Venezuela Nicolás Maduro em Caracas 20/2/2024 REUTERS/Leonardo Fernandez Viloria

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Por Mayela Armas e Vivian Sequera

CARACAS (Reuters) - A recente mudança de abordagem do governo da Venezuela em relação à sua incipiente aproximação com os Estados Unidos e com seus oponentes é provavelmente uma resposta ao declínio do apoio de seu eleitorado tradicional, de acordo com analistas, eleitores e fontes próximas ao governo.

Após meses de descongelamento das relações com os EUA, o governo do presidente Nicolás Maduro promoveu uma reviravolta nas últimas semanas. O país fechou o escritório local de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), o procurador-geral ordenou a prisão de uma conhecida ativista e o mais alto tribunal confirmou a desqualificação da principal candidata da oposição para as eleições deste ano.

A mudança pode ser consequência de uma queda no apoio ao governo de Maduro, disseram fontes e analistas. A empresa local de pesquisas Delphos estima que 25% da população se considera apoiadora do partido governista - um ano antes, o apoio era de 30%.

Maduro estaria apostando na 'intimidação' de ativistas e opositores para tentar repetir o cenário da eleição presidencial de 2018, quando os principais partidos de oposição foram deixados de fora da disputa e o voto anti-Maduro ficou dividido, disseram fontes próximas ao partido governista.

'Se houver eleições, ele perderia', disse uma das fontes, referindo-se a uma votação livre e justa. O Ministério da Comunicação e Informação não respondeu a um pedido de comentário.

Maduro fez uma grande troca de prisioneiros com os EUA e assinou um acordo eleitoral com a oposição. Washington, em resposta, aliviou as sanções sobre os setores de petróleo, gás e ouro, e suspendeu a proibição de negociar títulos venezuelanos.

No entanto, os EUA impuseram novamente a sanção à mineradora estatal e advertiram que o alívio para o setor petrolífero não seria estendido em abril, a menos que a principal candidata da oposição, María Corina Machado, e outros tenham permissão para concorrer nas eleições.

Até o momento, o governo descartou a participação de Machado, citando uma decisão judicial.

'A negociação rendeu frutos com o levantamento das sanções por um período de tempo. Mas as tensões internas dentro do partido governista, porque alguns estão mais próximos da Rússia e outros dos Estados Unidos, estão fazendo com que as pontes sejam dinamitadas', disse Ricardo Ríos, analista da consultoria Poder y Estrategia, citando sua pesquisa.

Alguns membros do círculo de Maduro preferem um relacionamento mais 'pragmático' com os EUA, acrescentou. A queda de popularidade de Maduro pode ter impulsionado a posição de outros, como o parlamentar Diosdado Cabello, de manter aliados tradicionais como a Rússia ou a China.

O Ministério das Comunicações também não respondeu a um pedido de comentário sobre a existência de diferenças dentro do partido governista. Há muito tempo, autoridades do governo negam a existência de tais divisões.

O declínio do apoio da classe trabalhadora ao presidente foi afetado pela desaceleração da economia e pela deterioração de serviços como eletricidade e água. Milhões de pessoas migraram desde 2015.

Embora a flexibilização das sanções tenha aumentado brevemente as receitas do governo, a infraestrutura petrolífera foi seriamente danificada desde os anos de expansão da Venezuela e a produção caiu 70%.

Maduro e seu governo há muito tempo culpam as sanções dos EUA pelos problemas fiscais da Venezuela, chamando as medidas de 'guerra econômica'.

Os planos de investimento social prometidos para o ano eleitoral, incluindo melhorias no atendimento à saúde da mulher, pouco contribuíram para aumentar a popularidade de Maduro.

'O governo entendeu que sua base social está quebrada. Eles não têm um projeto que empolgue os setores populares. Eles não têm a bonança do petróleo para mobilizar através do clientelismo', disse Enderson Sequera, cientista político e diretor da empresa de consultoria Espolitiks. 'Então, o que resta? A repressão.'

Escrito por Reuters

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