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Situação na Venezuela segue imprevisível e depende das Forças Armadas, diz general Heleno

Placeholder - loading - Ministro Augusto Heleno, durante entrevista a jornalistas em Brasília 30/4/2019 REUTERS/Adriano Machado
Ministro Augusto Heleno, durante entrevista a jornalistas em Brasília 30/4/2019 REUTERS/Adriano Machado

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Por Lisandra Paraguassu e Anthony Boadle

BRASÍLIA (Reuters) - Depois de meses de tumulto interno, a situação na Venezuela segue absolutamente imprevisível e uma solução depende em grande parte das decisões a serem tomadas pelas Forças Armadas, que podem terminar por assumir a transição para uma 'normalidade democrática', avaliou nesta terça-feira o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno.

Um dos homens mais próximos do presidente Jair Bolsonaro, o general da reserva tem acompanhado de perto -dentro do que o governo brasileiro consegue ter de informações- a situação no país vizinho, que afeta diretamente as fronteiras brasileiras. E reconhece que é quase impossível prever para onde vai a Venezuela.

'É absolutamente imprevisível como é que vai se desenrolar esse panorama na Venezuela. É imprevisível porque existe um fator preponderante nessa história que faz com que dependa desse fator tudo que vai acontecer daqui para frente, que é a posição das Forças Armadas', disse o ministro à Reuters.

Heleno lembra que são as Forças Armadas venezuelanas que estão determinando o caminho que o país irá tomar.

Há duas semanas, quando o autoproclamado presidente interino, Juan Guaidó, anunciou a derrubada do governo de Nicolás Maduro, o movimento não foi adiante porque os comandantes optaram por declarar apoio ao presidente venezuelano. O oposicionista garantiu que tinha apoio de parte dos militares, mas até agora esse movimento não aparenta ter chegado ao topo da cadeia de comando.

Heleno ressalta que não se sabe se as próprias Forças Armadas venezuelanas pretendem tirar Maduro do poder ou se manter com a ajuda de outros países, como a China -que teria enviado nesta segunda-feira 80 toneladas em ajuda para o país, segundo o ministro.

'Então não se sabe como as Forças Armadas vão se comportar. Vão optar pela saída do Maduro e eles mesmos assumem o poder e desencadeiam as providências para que se retome uma normalidade democrática? Ou podem se dividir, uma parte apoia Guaidó, uma parte apoia o Maduro, que é talvez uma parte mais arriscada que pode dar início a um conflito lá dentro, desencadeando uma guerra civil. Então a gente não tem... nem o americano arrisca', disse.

Questionado sobre a posição dos Estados Unidos na questão venezuelana, o general diz que o governo de Donald Trump também está acompanhando com cuidado o que acontece no país, mas estão evitando uma ação ostensiva.

'Estão tentando conduzir a coisa diplomaticamente sem entrar no campo militar. Ainda que eles tenham potencial para isso, eles estão evitando qualquer ação que pode ser classificada como ação militar. Mesmo a tentativa de fazer chegar ação humanitária ela foi muito 'comportada'', disse, lembrando que não houve uma tentativa de forçar a entrada da ajuda na fronteira pela Colômbia.

'Eu sei o que eles (os EUA) não querem. Eles não querem que a Venezuela seja uma nova Cuba, é um tormento para eles', respondeu ao ser perguntado sobre o que os norte-americanos querem na Venezuela.

O general levantou ainda um outro risco, o de que a decadência do governo venezuelano leve a um crescimento de rotas de narcotráfico passando pelo país e chegando aos EUA via Caribe. Heleno lembra que, apesar da situação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) estar pacificada, o grupo controlava o tráfico na região e ainda pode reativar suas atividades.

'A própria Venezuela já é hoje considerada por muitos um narcopaís. Então é uma área que tem... daí a preocupação dos americanos também. Talvez essa seja a maior preocupação dos americanos, a possibilidade da Venezuela crescer como narcopaís' disse. 'A Venezuela não é produtora de cocaína, mas é um local de passagem muito propício para que essa droga aos Estados Unidos pelo Caribe.'

Escrito por Reuters

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