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Surpresa positiva no PIB do 1° tri apoia mercados e desencadeia revisões em estimativas para 2023

Placeholder - loading - Moedas de real 15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos
Moedas de real 15/10/2010 REUTERS/Bruno Domingos

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Por Luana Maria Benedito e Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O resultado mais forte do que o esperado do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no primeiro trimestre deste ano dava sustentação aos ativos locais nesta quinta-feira, ao mesmo tempo que desencadeava revisões para cima nas estimativas de crescimento deste ano, enquanto investidores continuam deliberando sobre os próximos passos da política monetária do Banco Central.

O PIB cresceu 1,9% no primeiro trimestre na comparação com os três meses anteriores, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira pelo IBGE, superando estimativas de economistas consultados pela Reuters de avanço de 1,3%. A leitura marcou o melhor resultado para a atividade desde o final de 2020, refletindo o desempenho mais forte do setor agrícola em quase três décadas.

Na esteira dos dados, às 11:46 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,48%, a 5,0477 reais na venda. Na B3, às 11:46 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,21%, a 5,0750 reais.

Ao mesmo tempo, o Ibovespa subia 0,34%, a 108.699,28 pontos.

Embora a valorização dos ativos locais refletisse, em parte, um clima mais ameno no exterior após a aprovação de um acordo para suspender o teto da dívida norte-americana na Câmara dos Deputados dos EUA, muitos operadores também citaram efeito da surpresa positiva na atividade econômica brasileira.

'O mercado deve reagir de forma positiva, especialmente a bolsa, visto que sofreu ajuste negativo nos últimos dias e uma expectativa de crescimento maior atrai investimento para Brasil', explicou Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora.

E expectativa de crescimento maior parecia consenso nos mercados nesta sessão, com muitas instituições revisando para cima suas projeções oficiais para o PIB do ano inteiro.

'Dadas as revisões de dados e a surpresa positiva do primeiro trimestre, nossa previsão de crescimento real do PIB em 2023 subiu para 2,6% (de 1,75%)', disse em relatório Alberto Ramos, diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do Goldman Sachs.

A Capital Economics revisou sua estimativa de expansão do PIB neste ano para 2,3%, contra 1,0%, enquanto o Credit Suisse subiu seu prognóstico a 2,1%, de 1,3% antes.

Claudia Moreno, economista do C6 Bank, disse que o banco deve revisar sua projeção de crescimento do PIB de 2023 de 1,5% para 'algo próximo de 2%', enquanto Felipe Kotinda, economista do Santander Brazil, disse que o credor provavelmente também melhorará seus prognósticos.

A MB Associados, que também elevou sua estimativa de crescimento do PIB de 1,3% para 2,1% nesta quinta-feira, ressaltou os riscos positivos em torno das projeções já melhoradas.

'Para crescer 2,1% teríamos que ter uma recessão em todo o restante do ano. Não parece ser o caso em um momento de discussão de início de queda de juros no segundo semestre, inflação desacelerando e mercado de trabalho dando sinais ainda fortes até abril... Há chances reais de revisões serem feitas para cima, e um PIB que no começo do ano parecia perdido conseguirá reverter a tendência por conta das commodities', disse a consultoria em relatório.

Luís Otavio Leal, economista-chefe da G5 Partners, alertou que a concentração do resultado do PIB no setor agropecuário coloca em dúvida a sustentação deste movimento de expansão ao longo de 2023, mas ainda revisou a projeção de crescimento de 2023 de 1,5% para 2,3%.

'Ou seja, foi um 'pibão' com gosto de 'pibinho', mas que já garante um 'pibão' para 2023', disse o economista.

Enquanto o mercado digere a atividade mais robusta do que o esperado, deve começar a se questionar sobre seus efeitos na trajetória de política monetária do Banco Central.

'Notadamente, o sobreaquecimento da atividade reforça nossa perspectiva pressionada de inflação, a redução da sensibilidade da economia à restrição de política monetária e, consequentemente, a sustentação da Selic em 13,75% por tempo suficientemente prolongado, que julgamos ser até abril de 24', disse Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.

Ainda assim, nos mercados futuros de juros, a maioria dos operadores continuava precificando cortes da Selic a partir do segundo semestre, com as apostas para uma primeira redução divididas entre agosto e setembro.

Escrito por Reuters

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