Tribunal do Paquistão ordena libertação de Imran Khan sob fiança, diz advogado

Por Asif Shahzad e Ariba Shahid

ISLAMABAD (Reuters) - Um tribunal paquistanês determinou a libertação do ex-premiê Imran Khan sob fiança por duas semanas, disse seu advogado nesta sexta-feira, depois que sua prisão desencadeou protestos mortais e uma disputa com os militares.

A prisão, que a Suprema Corte considerou 'inválida e ilegal' um dia antes, tem alimentado a instabilidade no país de 220 milhões de habitantes em um momento de crise econômica, com inflação recorde, crescimento anêmico e financiamento atrasado do FMI.

'Eles não tinham justificativa para me prender. Fui sequestrado. Parece que existe uma lei da selva', disse Khan ao jornal britânico The Independent na Alta Corte de Islamabad.

Khan, de 70 anos, é um ídolo do críquete que se tornou político e foi deposto do cargo de primeiro-ministro em abril de 2022 em um voto de desconfiança parlamentar. Ele é o líder mais popular do Paquistão de acordo com pesquisas de opinião.

Muitas cidades no Paquistão registraram protestos violentos após sua prisão pela agência anticorrupção em um caso de fraude de terras na terça-feira.

Seus apoiadores invadiram estabelecimentos militares, incendiaram o prédio de uma emissora estatal, quebraram ônibus, saquearam a casa de um importante oficial do Exército e atacaram outros ativos, levando a quase 2.000 prisões.

Pelo menos oito pessoas foram mortas na violência que piorou a instabilidade do país e acabou com as esperanças de retomada de um resgate crucial do Fundo Monetário Internacional.

'A Alta Corte de Islamabad concedeu fiança de duas semanas e também ordenou que (o órgão anticorrupção) não prenda Imran Khan durante este período', disse seu advogado Faisal Chaudhry à Reuters.

(Reportagem de Asif Shahzad e Ariba Shahid)