Trump ataca Biden em discurso de oficialização de candidatura
Publicada em
Por Jeff Mason e Joseph Ax
WASHINGTON (Reuters) - Um presidente Donald Trump desafiador aceitou a indicação republicana para um segundo mandato no comando dos Estados Unidos na quinta-feira com um ataque feroz ao rival Joe Biden, afirmando que uma vitória democrata na eleição presidencial de novembro só exacerbaria o conflito racial e a pandemia de coronavírus que assolam o país.
Falando do Gramado Sul da Casa Branca, apesar das críticas de que estava usando a residência oficial como um adereço político, Trump retratou Biden, um político de carreira com um longo histórico de moderado, como um radical de extrema-esquerda que abriria caminho a uma América desordeira e perigosa.
'Esta eleição decidirá se protegemos americanos cumpridores da lei ou se damos rédea solta a agitadores violentos e anarquistas e criminosos que ameaçam nossos cidadãos', disse Trump na quarta e última noite da Convenção Nacional Republicana em um discurso que durou mais de uma hora.
'Ninguém estará seguro na América de Biden', disparou.
Apesar da pandemia que já matou mais de 180 mil norte-americanos, Trump fez suas considerações para uma plateia de mais de mil pessoas, postando-se à frente de dezenas de bandeiras dos EUA em meio a gritos de 'mais quatro anos' e 'U.S.A.!'
Sua linguagem evocou o discurso de aceitação da convenção de 2016, que também foi feito em um momento de tensão racial depois que oito policiais foram mortos no Texas e na Louisiana em meio a protestos após ataques a tiros contra homens negros.
'Os americanos assistindo este pronunciamento esta noite viram as imagens recentes de violência em nossas ruas e o caos em nossas comunidades', disse ele à época, prometendo acabar com os tumultos.
Mas Trump, que teve sucesso ao concorrer como azarão quatro anos atrás, agora controla a Casa Branca, o que complica sua alegação de que só ele consegue resolver o problema.
No mesmo dia, os republicanos tentaram reforçar esta mensagem na esteira de dias de tumultos civis e violência em Kenosha, no Wisconsin, onde policiais balearam um homem negro, Jacob Blake, no domingo. Eles afirmaram equivocadamente que Biden iria 'desfinanciar a polícia', posição que o democrata rejeitou.
No decorrer da noite, Biden reagiu no Twitter, escrevendo: 'Quando Donald Trump diz esta noite que vocês não estarão seguros na América de Joe Biden, olhem ao redor e perguntem a si mesmos: quão seguros vocês se sentem na América de Donald Trump?'
Trump está tentando reverter o cenário de uma campanha de reeleição ofuscada por uma crise de saúde que deixou milhões de norte-americanos desempregados e matou mais pessoas do que em qualquer outro país, de acordo com uma contagem da Reuters.
Sua campanha transcorre em meio a uma nova leva de protestos contra os episódios mais recentes de negros norte-americanos vítimas de violência policial. Em Kenosha, uma calma relativa voltou depois de três noites de conflitos civis que terminaram na terça-feira, incluindo incêndios criminosos, vandalismos e disparos fatais.
(Por Jeff Mason em Washington em Joseph Ax em Princeton, Nova Jersey; reportagem adicional de Doina Chiacu, Jason Lange, Trevor Hunnicutt e Jonathan Landay)
Escrito por Reuters
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