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Trump diz que EUA não precisam de petróleo do Oriente Médio, mas importações seguem

Placeholder - loading - 12/09/2019 REUTERS/Leah Millis
12/09/2019 REUTERS/Leah Millis

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Por Timothy Gardner

WASHINGTON (Reuters) - O presidente norte-americano, Donald Trump, garantiu, em meio a diversos tuítes disparados nesta segunda-feira, que os Estados Unidos se tornaram um produtor de petróleo tão grande que não precisa mais do Oriente Médio, após os ataques perpetrados no fim de semana a instalações de petróleo na Arábia Saudita.

Os dados do governo dos EUA, no entanto, contam uma história diferente: o boom de perfuração nos EUA, impulsionado pela tecnologia e iniciado há mais de uma década, transformou os Estados Unidos em um grande produtor, mas as importações de petróleo e derivados da região do Golfo no ano passado ainda foram abundantes.

'De maneira geral, ainda estamos importando um pouco e não estamos totalmente imunes ao mercado mundial', disse Jean-François Seznec, membro do Centro Global de Energia do Conselho Atlântico, durante conversa por telefone com repórteres nesta segunda-feira.

O Irã negou as acusações dos EUA sobre a responsabilidade pelos ataques do fim de semana, que danificaram a maior instalação de processamento de petróleo do mundo na Arábia Saudita e provocaram o maior salto nos preços do petróleo em décadas.

A Arábia Saudita é o maior exportador de petróleo do mundo, embarcando cerca de 7 milhões de barris de petróleo por dia para todo o mundo. Os Estados Unidos produzem cerca de 12 milhões de barris por dia, mas consomem 20 milhões de barris por dia, o que significa que devem importar o restante.

Grande parte do déficit dos EUA é coberto pelo Canadá, mas alguns ainda vêm da Arábia Saudita, Iraque e outras nações do Golfo, porque várias refinarias norte-americanas preferem seu petróleo. Como exemplo, a maior refinaria dos EUA - Motiva Enterprises em Port Arthur, Texas - é de propriedade da empresa estatal de energia da Arábia Saudita, a Saudi Aramco.

Outras refinarias - especialmente na Califórnia - estão isoladas dos grandes campos de petróleo dos EUA e também devem depender de carregamentos.

A incompatibilidade entre o que as refinarias dos EUA querem e o que o país produz significa que, em 2018, os Estados Unidos importaram uma média de 48 milhões de barris por mês de petróleo e derivados da região do Golfo, segundo a Administração de Informação sobre Energia dos EUA.

Esse volume caiu cerca de um terço em relação a uma década atrás, à medida que a produção doméstica de petróleo e gás disparou, segundo os dados.

Phillip Cornell, outro membro do Conselho Atlântico, que costumava aconselhar a Saudi Aramco, chamou o tuíte de Trump de 'absurdo'.

'Ele é um cara que gosta de hipérbole', disse.

Sarah Emerson, presidente da ESAI Energy, disse que a interrupção da produção na Arábia Saudita, se for prolongada, pode propiciar uma oportunidade para os produtores de petróleo dos EUA expandirem seus mercados no exterior.

(Reportagem adicional de Valerie Volcovici)

Escrito por Reuters

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