Ucrânia realiza incursões no rio Dnipro e contraofensiva se aproxima

Por Olena Harmash

KIEV (Reuters) - Forças ucranianas baseadas no lado oeste do rio Dnipro estão frequentemente realizando incursões na margem leste perto da cidade de Kherson para tentar desalojar as tropas russas, disse uma autoridade regional nesta terça-feira.

As forças russas mantêm o lado leste do Dnipro perto de Kherson desde que se retiraram da cidade do sul em novembro, após meses de ocupação, mas a Ucrânia deve lançar uma contraofensiva nos próximos meses para tentar recuperar mais território.

Yuriy Sobolevskiy, vice-chefe da administração regional de Kherson, disse que os ataques visam reduzir a capacidade de combate das tropas russas que têm bombardeado a cidade de Kherson desde que foram forçadas a recuar.

'Nossos militares visitam a margem esquerda (leste) com muita frequência, conduzindo incursões. As Forças Armadas ucranianas estão trabalhando, e trabalhando de forma muito eficaz', declarou Sobolevskiy à televisão ucraniana.

'Os resultados virão como aconteceu na margem direita da região de Kherson quando, graças a uma operação complexa e longa, elas conseguiram libertar nossos territórios com perdas mínimas para nossos militares. O mesmo acontece agora na margem esquerda.'

A Rússia conquistou a região de Kherson logo após sua invasão em grande escala da Ucrânia, 14 meses atrás, e continuou desde então a manter todo o território da região a leste do Dnipro.

Analistas militares dizem que a Ucrânia provavelmente lançará uma contraofensiva em breve, e que um dos principais objetivos pode ser romper um corredor terrestre ao sul entre a Rússia e a região da Crimeia anexada à Rússia. Retomar toda a região de Kherson seria um passo importante para atingir esse objetivo.

O Instituto para o Estudo da Guerra, com sede nos Estados Unidos, disse na semana passada que blogueiros militares russos postaram imagens geolocalizadas o suficiente para confirmar que as tropas ucranianas estabeleceram uma posição na margem oriental do Dnipro.

Sobolevskiy não deu mais detalhes, dizendo que uma operação militar requer 'silêncio informativo'.

(Por Olena Harmash)