UE busca acordo urgente sobre uso de ativos russos congelados pela Ucrânia; EUA apresentam outras ideias

Por Jan Strupczewski

BRUXELAS (Reuters) - A União Europeia acelerou os esforços para chegar a um acordo sobre um esquema para usar os ativos russos congelados para ajudar a Ucrânia, depois que um plano de paz apoiado pelos EUA na semana passada apresentou ideias diferentes, disseram autoridades da UE.

Os líderes da UE tentaram, em uma cúpula no mês passado, chegar a um acordo sobre um plano para usar 140 bilhões de euros (US$162 bilhões) em ativos soberanos russos congelados na Europa como um empréstimo para Kiev, mas não conseguiram garantir o apoio da Bélgica, onde grande parte dos fundos é mantida.

A Comissão Europeia, o órgão executivo da UE, espera abordar as preocupações da Bélgica em um esboço de proposta legal que apresentará esta semana sobre o uso dos ativos soberanos congelados para apoiar Kiev em 2026 e 2027, disseram autoridades da UE.

O trabalho sobre o plano da UE já estava em andamento, mas os detalhes que surgiram na semana passada sobre como os ativos poderiam ser usados sob o plano apoiado pelos EUA, que os líderes europeus consideravam favorecer fortemente Moscou, ajudaram no foco do bloco de 27 nações.

'Isso certamente tornou o trabalho ainda mais urgente', disse uma autoridade com conhecimento dos preparativos para o projeto.

De acordo com o plano da UE, que vem sendo discutido desde outubro, os ativos do banco central russo congelados na Europa seriam emprestados à Ucrânia para que Kiev os usasse para defesa e necessidades orçamentárias regulares.

Isso proporcionaria um alívio bem-vindo para os governos da UE, os maiores doadores da Ucrânia desde a invasão em grande escala da Rússia em fevereiro de 2022. A Ucrânia pagaria o empréstimo de 140 bilhões de euros somente quando recebesse reparações de guerra da Rússia.

A versão mais recente do plano apoiado pelos EUA não foi divulgada.

Mas, sob o plano apoiado pelos EUA que foi apresentado na semana passada, US$100 bilhões dos fundos russos congelados seriam investidos em um esforço liderado pelos EUA para reconstruir e investir na Ucrânia, com os EUA recebendo 50% dos lucros, de acordo com os detalhes do plano de 28 pontos que foram tornados públicos.