Venezuela não permitirá observadores da UE na eleição de 2024, diz parlamentar

CARACAS (Reuters) - O governo da Venezuela não permitirá que observadores eleitorais da União Europeia trabalhem no país durante a eleição presidencial de 2024, disse um importante parlamentar do partido governista nesta quinta-feira.

Espera-se que o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, concorra na disputa do ano que vem, enquanto a oposição planeja realizar uma eleição primária em outubro deste ano para escolher de forma unificada um candidato.

A oposição há muito denuncia o que diz serem condições antidemocráticas para as eleições, e vários de seus principais candidatos já foram impedidos pelo governo de ocupar cargos públicos.

'Eu lhe digo, Josep Borrell, não haverá nenhuma missão de observação da Europa enquanto formos os representantes do Estado venezuelano. Eles não virão', disse Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional aliada ao governo, durante a sessão regular da Casa nesta quinta-feira, se referindo ao chefe de política externa da União Europeia.

Rodríguez acusou a UE de violar um acordo assinado com o governo venezuelano e observadores de serem 'representantes de uma Europa imperial arcaica e assassina'.

A delegação da UE em Caracas não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

Uma missão de observação da UE disse após as eleições regionais de 2021 no país sul-americano que as condições eleitorais melhoraram em comparação com as votações anteriores, mas que a Venezuela deve reforçar sua separação de Poderes, especialmente a independência de seu Poder Judiciário.

Maduro, cuja reeleição em 2018 foi denunciada por muitos na comunidade internacional como fraudulenta, rotulou os observadores de espiões.

(Reportagem de Mayela Armas e Vivian Sequera)