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Voo para trazer vacinas da Índia atrasa e ameaça planos para início da imunização contra Covid-19

Placeholder - loading - Recipientes de vacina da AstraZeneca no Serum Institute da Índia 30/11/2020 REUTERS/Francis Mascarenhas
Recipientes de vacina da AstraZeneca no Serum Institute da Índia 30/11/2020 REUTERS/Francis Mascarenhas

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Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O atraso de mais três dias para a partida do voo do Brasil para buscar na Índia um lote de 2 milhões de doses da vacina AstraZeneca-Oxford, reconhecido pelo presidente Jair Bolsonaro nesta sexta-feira, colocou em dúvida os planos do governo de iniciar a vacinação contra a Covid-19 com o imunizante, e pode deixar o país dependente apenas da CoronaVac para a vacinação em um primeiro momento.

Bolsonaro e o Ministério da Saúde apostavam na chegada ao país em tempo hábil das doses da AstraZeneca, numa parceira com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para iniciar o uso emergencial da vacina. Esse é o principal imunizante que o governo federal trabalha no plano nacional de imunização contra Covid-19.

A expectativa inicial do governo era que o avião para pegar o lote das vacinas da AstraZeneca partisse na quinta-feira, mas a partida do voo atrasou e pode ser que ele só siga para a Índia na segunda-feira. Por ora, não há também previsão de retorno da aeronave, o que pode frustrar os planos federais de usar essa vacina no início da vacinação.

'Daqui a dois, três dias, no máximo, nosso avião vai partir e trazer as vacinas da Índia para cá', disse Bolsonaro em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, no programa Brasil Urgente, da TV Band.

Bolsonaro justificou o atraso no voo pelo fato de que a Índia --país com a segunda maior população do mundo e grande fornecedor de insumos durante a pandemia-- estar iniciando a sua própria vacinação.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai decidir no domingo se autoriza o uso emergencial das vacinas da AstraZeneca e da CoronaVac, essa última desenvolvida pela chinesa Sinovac uma parceria firmada com o Instituto Butantan, do governo de São Paulo.

O governador paulista, João Doria (PSDB), é desafeto de Bolsonaro. Eles têm trocado duras acusações públicas desde o início da pandemia de Covid-19 e podem ser adversários na sucessão presidencial de 2022.

Dessa forma, com o atraso do voo para buscar as vacinas da AstraZeneca, o governo federal poderá ser instado a iniciar a vacinação contra Covid-19 na próxima semana com a CoronaVac, uma vez que um lote de 6 milhões de doses desse imunizante, importado do laboratório Sinovac da China, já está em São Paulo.

O governo federal até prepara um evento no Palácio do Planalto na próxima terça-feira de anúncio da vacinação, que deve começar para valer na quarta ou quinta-feiras.

No ano passado, Bolsonaro chegou a vetar um acordo costurado pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, com Doria e demais governadores para comprar 46 milhões de doses da CoronaVac para integrar o plano nacional de imunização.

Posteriormente, por pressão principalmente dos governadores, a vacina foi incorporada ao programa nacional e nesta sexta o Ministério da Saúde fez uma solicitação de 'entrega imediata' das 6 milhões de doses ao Instituto Butantan para uso emergencial.

O presidente chegou também em várias ocasiões a fazer ressalvas à vacina da chinesa Sinovac e até a duvidar da eficácia dela -- a eficácia geral divulgada foi de 50,38%, percentual pouco acima do exigido pela Anvisa, de 50%.

Na entrevista, Bolsonaro disse que não pretende tomar uma vacina que não seja cientificamente comprovada. Ele também afirmou que tem 'zero interferência' na Anvisa, responsável por decidir o futuro das vacinas.

Escrito por Reuters

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