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“Fevereiro em Chamas”: livro revisita os grandes incêndios de São Paulo

A obra trata dos incêndios dos edifícios Joelma, Andraus e Grande Avenida

Placeholder - loading - Frente do Edifício Joelma que atualmente se chama Praça da Bandeira - Divulgação
Frente do Edifício Joelma que atualmente se chama Praça da Bandeira - Divulgação

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“Fevereiro em Chamas” nasceu depois de 15 anos e quase 300 páginas. Escrito pelo jornalista Adriano Dolph, o livro revisita os três maiores incêndios de São Paulo e fala sobre as semelhanças e mudanças que eles trouxeram para a cidade e o Brasil.

A obra publicada pela RG Editores conta com uma apuração que foi a fundo nos detalhes para desmistificar as tragédias e trazer novos fatos e detalhes que se perderam. Mas o principal, e mais importante, resultado que o livro traz é o clássico “lembrar para não repetir”.

Edifício Joelma em chamas com um jato de água sendo disparado em sua direção


OS INCÊNDIOS

O Edifício Andraus ardeu em 24 de fevereiro de 1972, o Joelma em 1 de fevereiro de 1974 e o Grande Avenida em 14 de fevereiro de 1981. Os três maiores incêndios ocorreram no mesmo mês e no centro expandido de São Paulo.

Todos eles preocuparam a população e se tornaram parte de inúmeras lendas urbanas, que são destruídas pelo livro. Tanta mística que ficou em volta das tragédias deixou nublado a realidade dos números e fatos sobre o que realmente aconteceu nos edifícios.

Fevereiro em Chamas
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A APURAÇÃO DOS FATOS

O jornalista Adriano Dolph trouxe uma proposta interessante ao querer trazer a maior exatidão possível para a obra. “O número correto de mortes, foi muito noticiado nos jornais da época valores distorcidos, inverossímeis. Jornais noticiando 200 pessoas, jornais noticiando 210, jornais noticiando 190. O livro traz luz a esse tema. Qual o número oficial de mortos? Qual o número oficial de laudos necroscópicos que a tragédia colocou na pasta do processo criminal?”, conta Dolph.

O autor da obra quis, através dos detalhes humanizar as vítimas da tragédia e lhes proporcionar mais respeito. Em sua pesquisa, o profissional trouxe nomes e idades para que haja uma certidão de quem foram essas pessoas. “Foram entrevistas muito difíceis. Tem uma família que perdeu a irmã no incêndio do Joelma e ela tinha uma informação de como a irmã tinha morrido e 30, 40 anos depois eu, através de uma pesquisa com muita checagem, infelizmente descobri que a irmã tinha falecido em outras circunstâncias em outro local do Joelma”, explica Adriano.

Adriano Dolph traz a importante reflexão sobre como as normas de prevenção de incêndio melhoraram e se atualizaram ao longo dos anos. Mesmo que ainda se peque muito na fiscalização dessas normas – afinal a falta de fiscalização eu possibilita tragédias como a da boate Kiss, que aconteceu em 2013 e teve o seu fim na justiça em 2021.

Em “Fevereiro em Chamas” entendemos que rota de fuga, escadas de incêndio com portas corta fogo e muitas outras coisas que fazem parte do mundo atual não existiam na segunda metade do séc XX.

“Causaram um impacto nas leis da cidade de São Paulo, na prevenção de incêndios, no aporte financeiro para o corpo de bombeiros. O incêndio do Andraus trouxe uma grande discussão para a opinião pública e para o então prefeito Figueiredo Feraz, uma discussão a respeito do código de obras que era de 1934. Um documento completamente obsoleto”, conta o escritor.

O livro ainda mostra relatórios de reformas aprovadas e finalizadas que nunca foram sequer iniciadas e fala sobre o Corpo de Bombeiros, muitas vezes sucateado antes desses incêndios. “Nos anos 70, o Corpo de Bombeiros era uma corporação mal equipada. Tinham poucas viaturas e alguma em manutenção. O comandante Jonas Flores Ribeiro faz uma denúncia gravíssima de que verbas dos bombeiros seriam desviadas para a polícia militar”, diz Dolph.

O jornalista também ressalta que em meio ao regime militar essa denúncia foi mais retumbante ainda e ainda complementa que os militares chegaram a investigar os incêndios como atentados feitos pela esquerda de guerrilha da época.

“Fevereiro em Chamas” é um livro para quem gosta de história ou de jornalismo e até de São Paulo, mas principalmente é um livro importante para evitar que grandes desastres se repitam.

Serviço

Lançamento: 24 de fevereiro

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