África do Sul diz que fará 'intervalo' do G20 enquanto grupo estiver sob comando de Trump

JOHANESBURGO, 4 Dez (Reuters) - A Presidência da África do Sul brincou nesta quinta-feira que o país 'fará um intervalo comercial' do G20 enquanto o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lidera o grupo, depois que o governo de Trump confirmou que não convidará a África do Sul para participar.

Os EUA assumiram a presidência rotativa do Grupo dos 20 na semana passada, depois de boicotar a cúpula que o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, organizou em Johanesburgo.

'Por volta desta época no próximo ano, o Reino Unido assumirá a presidência do G20. Poderemos nos engajar de forma significativa e substantiva sobre o que realmente importa para o resto do mundo', disse o porta-voz de Ramaphosa, Vincent Magwenya.

'Por enquanto, faremos um intervalo comercial até retomarmos a programação normal', escreveu ele nas mídias sociais.

As relações entre Washington e Pretória atingiram um ponto baixo este ano, pois Trump fez repetidamente afirmações falsas sobre um 'genocídio branco' na África do Sul e criticou o país por suas políticas destinadas a abordar a desigualdade racial.

O governo de Trump também se opôs ao tema da presidência do G20 da África do Sul, que era 'solidariedade, igualdade e sustentabilidade'.

Trump já havia dito que a África do Sul não será convidada para a cúpula dos líderes do G20 que ele organizará no próximo ano na Flórida, mas não estava claro se Pretória também seria excluída das muitas reuniões que a antecederiam.

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, pareceu confirmar na quarta-feira que a África do Sul não poderá participar de nenhum compromisso do G20 no próximo ano.

'O presidente Trump e os Estados Unidos não farão um convite ao governo sul-africano para participar do G20 durante nossa presidência', disse ele em um comunicado.

A África do Sul é um membro fundador do G20, que reúne as maiores economias do mundo.

O porta-voz da presidência, Magwenya, disse anteriormente que Pretória não faria lobby com outras nações para obter apoio, mas que havia recebido mensagens de solidariedade de vários outros membros do G20.

(Reportagem de Nellie Peyton e Alexander Winning)