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Bolsonaro diz que resultado da eleição será contestado seja quem for o vencedor

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RIO DE JANEIRO (Reuters) - O resultado da eleição desse ano vai ser questionado por qualquer candidato que saia derrotado nas urnas, avaliou nessa segunda-feira o presidenciável do PSL, deputado Jair Bolsonaro, que defende a impressão do voto para garantir a lisura e a transparência da votação e apuração no país.

Bolsonaro argumentou que em nenhum outro país do mundo a votação e a apuração é completamente eletrônica, o que seria um sinal claro da fragilidade do sistema adotado pelo Brasil.

O deputado disse que vem tentando desde de 2015 avançar no Congresso Nacional projetos que garantissem a votação impressa na eleição de 2018, mas os artigos sugeridos por ele não tiveram o crivo da Procuradoria-Geral da República e do Supremo Tribunal Federal (STF).

“Quem quer que seja o vencedor, o outro lado vai acusar de fraude... vamos para eleições informatizadas e sabemos que nada é indevassável no Brasil e no mundo”, disse Bolsonaro antes de um almoço com empresários do setor de seguros.

Ao ser questionado se iria reconhecer o resultado das urnas caso fosse derrotado, o candidato do PSL disse que “qualquer que seja o lado perdedor não vai reconhecer”.

Bolsonaro disse que gostaria que ao menos 5 por cento das urnas tivessem o voto impresso no pleito desse ano. Bolsonaro disse que chegou a conversar com o então presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Luiz Fux, mas a ideia não prosperou por conta de um parecer contrário do Supremo Tribunal Federal.

“Qual país do mundo que adota esse sistema aqui do Brasil?”, questionou.

IRRITAÇÃO COM ALCKMIN

Bolsonaro mostrou irritação com o tom agressivo adotado pela propaganda do presidenciável do PSDB, Geraldo Alckmin, no rádio e na TV e negou que defenda estupradores. Uma das peças publicitárias mostra um bate-boca do deputado com uma repórter e uma discussão com a ex-ministra Maria do Rosário (PT) sobre estupro.

O deputado disse que Alckmin deveria gastar seu grande tempo na TV e no rádio para mostrar o que fez ao longo de suas administrações em São Paulo e não fazer 'jogo sujo'.

“Esse tipo de matéria para tentar desconstruir os outros já está fora de moda e não atinge o objetivo”, disse.

O candidato do PSL aparece em primeiro lugar nas pesquisas de opinião no cenário sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve sua candidatura barrada pelo TSE na madrugada de sábado, enquanto Alckmin tem tido dificuldade para crescer na preferência dos eleitores.

Bolsonaro disse que o tucano poderia usar seu espaço e na TV para falar dos escândalos envolvendo o PSDB tais, como desvios de recursos destinados à merenda escolar e obras do Rodoanel.

“Não tenta querer crescer fazendo esse jogo baixo e sujo que parece ser uma característica de seu partido”, atacou.

Bolsonaro atacou ainda o PSDB e o PT afirmando que os dois partidos, que polarizaram a administração do país desde 1994, estão preocupados com as consequências de sua chegada à Presidência da República, porque uma vez lá não vai aliviar para condenados em escândalos de corrupção, e estariam dispostos a se aliarem contra ele.

“O FHC (ex-presidente Fernando Henrique Cardoso) já reiterou que num possível segundo turno se uniria ao PT contra Jair Bolsonaro. Eles estão preocupados com cadeia e cana; se eu chegar lá não vai ter indulto para os bandidos da Lava Jato, petrolão ou mensalão”, prometeu.

(Reportagem de Rodrigo Viga Gaier)

Escrito por Thomson Reuters

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