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Campanha sela aliança de Bolsonaro com evangélicos, sua base mais sólida segundo as pesquisas

Placeholder - loading - Membros da igreja evangélica pentecostal Restauração durante culto, em Mesquita, Rio de Janeiro 24/10/2022 REUTERS/Pilar Olivares
Membros da igreja evangélica pentecostal Restauração durante culto, em Mesquita, Rio de Janeiro 24/10/2022 REUTERS/Pilar Olivares

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Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro (PL) encerrará no sábado sua campanha à reeleição na qual consolidou a crescente parcela de evangélicos no Brasil como uma base de apoio sólida e estável de seu movimento de ultradireita, de acordo com dados dos principais institutos de pesquisa do país, frustrando esforços de Luiz Inácio Lula da Silva(PT) para avançar no público.

Desde o início do período legal de campanha, em agosto, quatro institutos de pesquisa monitorados pela Reuters --Ipec, Datafolha, AtlasIntel e Quaest-- mostram os evangélicos como o principal grupo de apoio do presidente, onde Bolsonaro tem maior porcentagem e a maior vantagem em relação a Lula na comparação com qualquer outro estrato social ou de gênero.

Nas projeções de todos os levantamentos para o segundo turno, os quatro institutos projetam que o candidato à reeleição obterá votos de mais de 60% dos eleitores evangélicos, estimados pelos institutos como sendo em torno de 30% do eleitorado total.

O número não é uma novidade para Bolsonaro, já que a pesquisa Datafolha às vésperas do segundo turno em 2018 projetava que o ex-capitão do Exército teria uma fatia semelhante de votos evangélicos nas urnas, mas comprova o êxito do atual presidente e de sua campanha em manter esses laços.

Meses antes do início da disputa, Bolsonaro já dedicava parte considerável de sua agenda oficial para eventos religiosos, buscando engajar o público evangélico em torno de sua reeleição.

Em análise feita pela Reuters, Bolsonaro frequentou 33 eventos oficiais fora de Brasília entre julho e agosto. Destes compromissos, 13, ou 39%, foram de cunho religioso, entre marchas, cultos e encontros com autoridades.

Já na campanha, a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, evangélica, foi incentivada a aumentar sua frequência em comícios e a quantidade de discursos, inclusive na televisão, para tentar mitigar a resistência de outros grupos, como as mulheres e os mais pobres, à campanha -- Lula sempre liderou nos dois seguimentos, desde o início da contenda.

Durante a corrida eleitoral, Lula também buscou cativar esse público, que foi bombardeado pela campanha adversária, que usou para atemorizar os eleitores a informação falsa de que o petista, se ganhasse, fecharia igrejas.

Na semana passada, o ex-presidente divulgou a 'Carta Pública ao Povo Evangélico', em que garante o respeito à crença evangélica, repete que é contra o aborto e banheiros unissex e promete discutir temas importantes ao grupo, como o combate às drogas e a educação infantil.

A medida, entanto, parece não ter tido efeito para o ex-presidente. Os quatro institutos monitorados apontam a estabilidade do apoio de Lula entre o grupo religioso, girando em torno de 30% durante toda a campanha.

O PESO EVANGÉLICO

Apesar da ampla influência do grupo nas eleições, é difícil determinar o peso real dos evangélicos no eleitorado como um todo. Os dados mais recentes sobre as crenças religiosas dos brasileiros são do Censo Demográfico de 2010.

Com o Censo de 2020 adiado e o próximo ainda em fase de coleta, institutos lutam para aferir a mudança nos últimos anos e refleti-las nas amostras de suas pesquisas. O consenso é de que houve um crescimento significativo do público, de todo modo.

No Censo de 2010, evangélicos com ou sem denominações representavam cerca de 22,2% da população brasileira, o que já indicava um aumento de quase 7 pontos percentuais em relação ao levantamento da década anterior, que os situava em 15,5%.

Para os institutos de pesquisa, o crescimento de 2010 até agora é pelo menos do mesmo tamanho. A AtlasIntel realizou sua mais recente pesquisa nacional do segundo turno estimando um total de 27,7% de evangélicos no perfil do eleitorado, enquanto a Quaest indicou 31% de evangélicos em sua projeção mais recente do segundo turno, em 26 de outubro.

No Rio de Janeiro, onde Bolsonaro conquistou mais da metade dos votos válidos nas urnas (51,09%) no primeiro turno, a AtlasIntel projeta que 32% do eleitorado se denomina como evangélico, sendo que sete em cada dez deles pretendem depositar o voto em Bolsonaro, de acordo com pesquisa do instituto divulgada em 16 de outubro.

Escrito por Reuters

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