Chefes de espionagem dos EUA veem continuação de 'caso de amor' entre China e Rússia
Chefes de espionagem dos EUA veem continuação de 'caso de amor' entre China e Rússia
Reuters
08/03/2023
Por Patricia Zengerle e Jonathan Landay e Michael Martina
WASHINGTON (Reuters) - A China aprofundará sua cooperação com a Rússia para tentar desafiar os Estados Unidos apesar da condenação internacional à invasão da Ucrânia por Moscou, disseram líderes de agências de inteligência norte-americanas nesta quarta-feira.
'Apesar da reação global negativa sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia, a China manterá sua cooperação diplomática, de defesa, econômica e tecnológica com a Rússia para continuar tentando desafiar os Estados Unidos, mesmo que isso limite o apoio público', disseram eles em uma avaliação de ameaça divulgada enquanto o Comitê de Inteligência do Senado norte-americano realizava sua audiência anual sobre ameaças mundiais à segurança dos EUA.
O relatório se concentrou principalmente em ameaças vindas da China e da Rússia, avaliando que a China continuará intimidando seus rivais no Mar do Sul da China e que terá como base ações de 2022, que podem incluir mais travessias do Estreito de Taiwan ou sobrevoos de mísseis em Taiwan.
'Talvez seja desnecessário dizer que a República Popular da China, que está desafiando cada vez mais os Estados Unidos, econômica, tecnológica, política e militarmente, em todo o mundo permanece sendo nossa prioridade sem igual', disse a diretora de Inteligência Nacional, Avril Haines, principal conselheira de inteligência do presidente norte-americano, Joe Biden.
Para cumprir a visão do líder chinês, Xi Jinping, de tornar a China uma grande potência, o Partido Comunista Chinês (PCC) 'está cada vez mais convencido de que só pode fazê-lo às custas do poder e influência dos EUA', disse Haines.
Xi culpou o Ocidente pelas dificuldades econômicas da China em um discurso na segunda-feira no qual acusa os Estados Unidos de liderarem um esforço internacional para conter a China.
Durante as perguntas dos parlamentares, o senador Angus King, um independente que se alinha com os democratas, pediu a opinião de Haines sobre os laços de Pequim com Moscou. 'É um casamento temporário de conveniência ou é um caso de amor de longo prazo?', perguntou.
'Ele continua se aprofundando', respondeu Haines, acrescentando que hesitaria em caracterizar os laços Pequim-Moscou como um caso de amor.
(Reportagem de Patricia Zengerle, Jonathan Landay, Michael Martina e Doina Chiacu)
Reuters

