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Dólar cai 1% em semana marcada por intervenções do BC

Placeholder - loading - Notas de dólares 3/11/2009  REUTERS/Rick Wilking
Notas de dólares 3/11/2009 REUTERS/Rick Wilking

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Por José de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar sofreu nesta sexta-feira a maior queda em duas semanas, finalmente encerrando abaixo de 5,50 reais, com falas de um diretor do Banco Central sendo entendidas como sinal de maior prontidão da autarquia para corrigir excessos na taxa de câmbio.

As declarações do diretor de Política Monetária Bruno Serra coroaram uma semana de expressiva intervenção tanto operacional quanto verbal por parte do Bacen, cujo gatilho aparente foi o visível descolamento da taxa cambial ante os pares que empurrou o dólar acima de 5,57 reais na quarta-feira.

A essa altura, o dólar acumulava alta de pouco mais de 1% ante o real na semana. Com os eventos desde então, a cotação acabou caindo 1,10%, maior baixa desde a semana finda em 27 de agosto (-3,50%).

'Considerando os leilões que o BC já havia feito e anunciado, o dólar até que abriu forte hoje. Talvez, tendo isso em vista, o Bruno Serra tenha resolvido ser mais agressivo na fala. E conseguiu', disse Cleber Alessie, da Commcor DTVM.

Para analistas, o BC terá de se manter ativo no mercado de câmbio para evitar um desajuste maior do real em comparação a seus rivais.

O dólar interbancário abriu em queda de 0,36% nesta sexta e chegou a reduzir as perdas para apenas 0,16%, operando acima de 5,50 reais. Isso mesmo depois de na noite de quinta o BC ter anunciado mais um leilão de até 1 bilhão de dólares em swaps cambiais, no que seria o terceiro dia consecutivo de injeção líquida de dólares no mercado.

Mas perto de 10h30 (de Brasília) a moeda passou a perder força e entrou rapidamente em queda livre, enquanto o diretor do BC dizia que o banco está 'atento' ao câmbio, que é função do Bacen prezar pelo bom funcionamento do mercado cambial e que assim tem feito.

'Não importa muito a razão, se a gente identificar um mercado de câmbio com funcionamento não adequado, mau funcionamento, a gente tem que atuar, está no nosso mandato', ressaltou o diretor. Ele disse ainda haver expectativa de que o câmbio reaja ao ajuste 'muito rápido' que o BC vem fazendo na taxa Sellic.

Já na quinta a diretora de Assuntos Internacionais do BC?, Fernanda Guardado, destacou que o BC intervirá no mercado quando observar grandes fluxos, reações irracionais do mercado ou pressões que demandem alívio dado pela autarquia.

Um dia antes, data da primeira intervenção extraordinária do BC da semana, o diretor de Política Econômica do BC, Fabio Kanczuk, comentou que quando os EUA elevam os juros o Brasil tem de 'fazer mais que eles', já que o impacto na taxa de câmbio aqui tende a ser 'muito maior'.

Mas o suporte do juro pode ser menor, segundo o Itaú Unibanco. Em revisão de cenário, a instituição financeira elevou a estimativa para o dólar ao fim de 2021 a 5,25 reais (5,00 reais na conta anterior) e também para 5,25 reais ao término de 2022 (5,20 reais antes), argumentando que o aumento da taxa Selic deve compensar 'parcialmente' os riscos em torno do câmbio e de forma 'menos intensa' que a prevista anteriormente.

'Seguimos alertando que os riscos para o nosso cenário de apreciação cambial vêm aumentando nos últimos meses', disse a equipe de pesquisa econômica do banco em relatório.

'O principal deles está relacionado a uma deterioração fiscal significativa que resulte numa saída mais forte de capitais (com eventual fuga de capitais de brasileiros), promovendo depreciação do real. Soma-se a isso o aumento das pressões inflacionárias globais que pode resultar numa antecipação da elevação dos juros nos EUA.'

Ao fim desta sexta, o dólar à vista caiu 1,11%, a 5,4545 reais na venda. A moeda passou toda a sessão em baixa, oscilando de 5,507 reais (-0,16%) a 5,4344 reais (-1,48%).

A queda percentual do fechamento foi a mais intensa desde 1º de outubro (-1,47%).

A cotação amenizou a alta de outubro para 0,09%. Em 2021, porém, o dólar ainda se valoriza 5,07% ante o real.

(Edição de Maria Pia Palermo)

Escrito por Reuters

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