Hidroxicloroquina não ajuda em casos leves de Covid-19, reforça novo estudo

Em estudo publicado ontem (16), cientistas da Universidade de Minnesota, nos Estados Unidos, mostram que o uso da hidroxicloroquina não apresenta benefícios significativos para pacientes com quadro leves do novo coronavírus. A pesquisa com uma amostra de 491 voluntários foi publicada pela revista médica acadêmica “Annals of Internal Medicine”.

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Os voluntários – todos com sintomas gripais e não hospitalizados – foram escolhidos de forma aleatória, com variáveis controladas. Conhecido como “estudo randômico”, esse método é considerado o mais adequado para mostrar relações de causa e efeito no meio científico.

Metade dos pacientes receberam o medicamento durante cinco dias, enquanto os outros tomaram placebo no mesmo período – este último grupo permite o efeito comparativo nas pesquisas desse gênero, já que uma fórmula sem efeito farmacológico é administrada aos membros dele.

Depois de duas semanas, os resultados mostraram que a diferença entre os dois grupos não foi “estatisticamente significativa”: 24% dos participantes que tomaram hidroxicloroquina continuaram sintomáticos por quatorze dias; e 30% do grupo controle também seguiu com sintomas da doença pelo mesmo período. Além disso, a taxa de mortalidade foi a mesma entre os dois: 0,4%.

"A hidroxicloroquina não reduziu substancialmente a gravidade ou prevalência dos sintomas ao longo do tempo em pessoas não hospitalizadas com Covid-19 em fase inicial", concluíram os pesquisadores.

Ainda segundo editorial publicado nesta quinta-feira por Neil Schluger, médico do New York Medical College, o estudo “fornece indícios fortes de que a hidroxicloroquina não oferece nenhum benefício para pacientes com uma doença branda”.