Kremlin rejeita aviso dos EUA sobre capacidade nuclear russa no espaço
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Por Guy Faulconbridge
MOSCOU (Reuters) - A Rússia rejeitou nesta quinta-feira um alerta dos Estados Unidos sobre as novas capacidades nucleares russas no espaço, chamando-o de 'fabricação maliciosa' e um truque da Casa Branca com o objetivo de fazer com que os parlamentares norte-americanos aprovem mais dinheiro para combater Moscou na Ucrânia.
Os EUA informaram ao Congresso e aos aliados na Europa sobre novas informações de inteligência relacionadas às capacidades nucleares russas que poderiam representar uma ameaça internacional, disse uma fonte informada sobre o assunto à Reuters na quarta-feira.
As novas capacidades, relacionadas às tentativas russas de desenvolver uma arma espacial, não representam uma ameaça urgente para os EUA, disse a fonte.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que não comentaria o conteúdo dos relatos até que os detalhes fossem revelados pela Casa Branca. Mas ele disse que o aviso de Washington era claramente uma tentativa de fazer com que o Congresso norte-americano aprovasse mais dinheiro.
'É óbvio que a Casa Branca está tentando, por bem ou por mal, incentivar o Congresso a votar em um projeto de lei para alocar dinheiro, isso é óbvio', disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, segundo a agência de notícias estatal Tass.
'Veremos quais truques a Casa Branca usará', disse Peskov.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, o homem de confiança de Moscou para o controle de armas, acusou os EUA de 'fabricação maliciosa', informou a Tass.
A invasão da Ucrânia pela Rússia -- algo que Moscou chama de operação militar especial -- desencadeou o maior confronto entre o Ocidente e a Rússia desde a Crise dos Mísseis de Cuba de 1962. Tanto Moscou quanto Washington têm alertado sobre o risco de um conflito entre a aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a Rússia.
A Rússia e os EUA são as maiores potências nucleares do planeta: juntos, seus arsenais detêm cerca de 90% das armas nucleares do mundo, e ambos têm satélites militares avançados em órbita da Terra.
Escrito por Reuters
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