Lula espera que França e Itália apoiem assinatura de acordo Mercosul-UE no sábado
Lula espera que França e Itália apoiem assinatura de acordo Mercosul-UE no sábado
Reuters
16/12/2025
Por Maria Carolina Marcello
BRASÍLIA, 16 Dez (Reuters) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva demonstrou expectativa nesta terça-feira de que a França e a Itália apoiem a assinatura do acordo entre o Mercosul e a União Europeia no próximo sábado em Foz do Iguaçu.
Segundo Lula, há disposição dos dois blocos em firmar o acordo, mas produtores rurais da França oferecem resistência por temor de que produtos brasileiros impactem na sua competitividade.
'O presidente (Emmanuel) Macron, da França, está muito preocupado com os produtores rurais da França, que acham que vão perder competitividade na disputa com o Brasil. Não estão querendo fazer o acordo agora porque o povo está meio rebelde na França', disse Lula, em reunião do Conselho de Participação Social.
'Mesmo eu dizendo para ele que o Brasil não compete com os produtos agrícolas da França. Na verdade, são coisas diferentes. São qualidades diferentes. E nós estamos cedendo mais do que eles', argumentou o presidente.
'E eu espero que meu amigo Macron, e a primeira-ministra (Giorgia) Meloni, da Itália, assumam a responsabilidade de -- no sábado, agora, eu estou indo para Foz do Iguaçu fazer uma reunião da Unasul com a participação da União Europeia. Eu espero que eles tragam a boa notícia de que eles vão assinar o acordo e que não vão ter medo de perder competitividade com o povo brasileiro', acrescentou Lula.
Havia a expectativa de que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, viajasse para o Brasil no final desta semana para assinar o acordo, alcançado há um ano após 25 anos de negociações com o bloco formado por Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai.
Mas ele enfrenta dificuldades oferecidas por uma minoria suficientemente grande de membros da UE como França, Itália e Polônia.
Alemanha, Espanha e países nórdicos afirmam que o acordo ajudará as exportações, atingidas pelas tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos, e reduzirá a dependência do bloco em relação à China, fornecendo acesso a minerais.
Mas oponentes, que o apelidaram de acordo 'carros por vacas', dizem que commodities baratas poderiam inundar a UE em detrimento dos agricultores europeus.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
Reuters

