Maioria é a favor de reformar Previdência, mas não quer que pessoas se aposentem mais tarde, diz CNI/Ibope
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(Reuters) - A maioria da população concorda com a necessidade de uma reforma da Previdência, mas, por outro lado, uma parcela ainda mais ampla discorda que as pessoas devam se aposentar mais tarde por estarem vivendo cada vez mais, mostrou nesta quarta-feira pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
O levantamento mostrou que 59 por cento dos entrevistados concordam que é preciso ser feita uma reforma da Previdência, enquanto 36 por cento discordam dessa necessidade. A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais.
A grande maioria concorda totalmente (50 por cento) ou em parte (22 por cento) que deve haver uma idade mínima para as pessoas se aposentarem uma vez que estão vivendo cada vez mais, mas a opinião muda completamente quando a questão é se as pessoas devem ser aposentar mais tarde por conta disso.
Cinquenta e nove por cento discordam totalmente da ideia de que as pessoas devem se aposentar mais tarde visto que estão vivendo até idades cada vez mais avançadas, enquanto 14 por cento discordam em parte dessa posição.
Enquanto a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência enviada pelo governo do presidente Jair Bolsonaro ao Congresso estabelece que as idades mínimas para aposentadoria passarão a ser de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres, a pesquisa mostrou que a grande maioria defende que as pessoas possam se aposentar com 60 anos ou menos.
No levantamento CNI/Ibope, apenas 6 por cento acreditam que a idade da aposentadoria deveria ser de 65 anos ou mais. Para 22 por cento dos ouvidos, as pessoas deveriam poder se aposentar com 50 anos ou menos; para 25 por cento a idade deveria ser de 51 a 55 anos e para 33 por cento entre 56 e 60 anos. A idade entre 61 e 64 anos é apoiada por 13 por cento.
Sobre a proposta de reforma em tramitação no Congresso, apenas 6 por cento disseram ter amplo conhecimento dela, enquanto 30 por cento conhecem seus pontos principais. E a maioria que conhece a reforma defendida pelo governo é contra ela. A pesquisa mostrou que 51 por cento dos que conhecem o texto são contrários, enquanto 39 por cento são a favor.
O levantamento mostrou também que 53 por cento defendem plenamente que todas as pessoas tenham as mesmas regras de aposentadoria e 59 por cento são totalmente favoráveis que os idosos de baixa renda tenham garantido um salário mínimo de aposentadoria -- 18 por cento concordam em parte com essa posição e apenas 13 por cento são totalmente contrários.
Mas se a reforma em tramitação no Congresso não anima a maioria, nem a ideia de se aposentar mais tarde, o que mais une os entrevistados é a aversão a pagar mais impostos para financiar o déficit da Previdência. Essa opção é rejeitada totalmente por 72 por cento e parcialmente por 11 por cento.
Na pesquisa foram ouvidas 2.000 eleitores entre os dias 12 e 15 de abril, em 126 municípios.
(Por Alexandre Caverni, em São Paulo)
Escrito por Reuters
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