Musk faz evento no Twitter para candidato democrata antivacina RFK Jr

Por Nandita Bose e Kanishka Singh

WASHINGTON (Reuters) - Elon Musk recebeu nesta segunda-feira o ativista antivacina e candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos Robert F. Kennedy Jr. em seu segundo evento no Twitter Spaces para um candidato à Casa Branca em 2024.

Mas, ao contrário do lançamento da campanha cheia de falhas do republicano Ron DeSantis no Twitter em maio, o bate-papo de áudio ao vivo com Kennedy foi transmitido sem grandes problemas tecnológicos. A conversa de 2,5 horas teve uma audiência de mais de 64 mil pessoas em alguns momentos.

Em abril, Kennedy Jr., filho do candidato democrata assassinado em 1968, Robert F. Kennedy, anunciou uma candidatura improvável para desafiar o atual presidente norte-americano, Joe Biden, pela indicação democrata à Presidência em 2024.

Durante a pandemia de Covid-19, Kennedy Jr. criticou as exigências de distanciamento social e a obrigação de vacinação. Em 2022, em um comício em Washington, ele sugeriu que os norte-americanos tinham menos liberdade durante a pandemia do que os judeus que viviam na Alemanha nazista. Mais tarde, ele se desculpou por seus comentários.

Kennedy havia sido banido de plataformas de rede social por espalhar desinformação sobre vacinas e Covid-19, mas foi recentemente reintegrado ao Instagram.

Nesta segunda-feira, ele elogiou o proprietário do Twitter, Musk, por acabar com a 'censura' das mídias sociais.

'Acho que se não protegermos a liberdade de expressão a todo custo, não teremos uma democracia funcional', disse Kennedy Jr. durante uma conversa descontraída.

Kennedy acusou as empresas de mídia social de cederem à pressão do governo para censurar opiniões anti-establishment. Ativistas LGBTQ+ e outros grupos dizem ter observado um aumento nas ameaças e na intolerância no Twitter desde que Musk assumiu o controle da plataforma.

O ativismo antivacina de Kennedy lhe rendeu aliados à direita. Em 2017, o ex-presidente republicano Donald Trump o convocou para supervisionar um painel de revisão de vacinas, atraindo críticas de cientistas que disseram que isso poderia legitimar um ceticismo infundado.