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Para equipe econômica, garantir aprovação da reforma da Previdência é mais importante que tramitação rápida

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Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - A equipe econômica do governo do presidente Jair Bolsonaro quer garantir a aprovação da reforma da Previdência, mesmo diante da constatação de que a proposta terá uma tramitação na Câmara dos Deputados mais lenta do que se esperava --o que contribuiu para a forte queda da Bolsa de Valores e a alta do dólar nesta quarta-feira--, disse à Reuters uma fonte da área.

Líderes partidários afirmaram mais cedo que há consenso na Câmara contra eventual apensamento da nova reforma à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) já enviada à Casa pelo ex-presidente Michel Temer sobre o tema --esse texto está pronto para ser votado em plenário.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já deu declarações públicas e também em conversas com parlamentares destacando que não haverá qualquer espécie de atropelo regimental para acelerar a tramitação da proposta.

Na prática, isso significa que não deve haver uma abreviação do rito de tramitação e a reforma de Bolsonaro terá de passar pelas comissões de Constituição e Justiça (CCJ) e especial para analisar a matéria e, somente após isso, chegará ao plenário da Câmara.

Essa mudança não preocupa a equipe econômica, segundo a fonte, porque o importante é o resultado final, isto é, o governo ter os votos suficientes para aprovar a reforma. São necessários os votos de pelo menos 308 dos 513 deputados para a proposta ser aprovada, em dois turnos de votação.

Na equipe econômica, disse a fonte, o próprio Maia tem sido visto como uma espécie de fiador da reforma na Câmara, com capacidade de arregimentar votos na base aliada e ainda conversar com a oposição, com quem --apesar da resistência dela à proposta-- tem trânsito há anos.

MINUTA

O vazamento na segunda-feira de um dos cenários feitos para a reforma preocupou a equipe econômica, avaliou a fonte. Isso porque, embora o mercado tenha reagido positivamente à contundência do texto (com forte impacto fiscal, se for aprovado), ele ainda não tinha sido chancelado por Bolsonaro e o vazamento também poderia abrir margem para a oposição de setores organizados contra a proposta, como ocorreu na reforma de Temer, considerou a fonte.

Representantes do mercado financeiro chegaram a procurar integrantes da equipe econômica para entender o vazamento, informou a fonte.

Essa equipe destacou nas conversas com representantes do mercado que a minuta era uma dos cenários em estudo há pelo menos uma semana. Destacaram que ela não foi vazada por eles para forçar uma negociação mais dura do texto que será referendado por Bolsonaro para ser encaminhado ao Congresso Nacional.

Escrito por Thomson Reuters

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