Protestos em Israel se intensificam contra novo projeto de Netanyahu para Suprema Corte
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Por Rami Amichay
TEL AVIV (Reuters) - Manifestantes israelenses bloquearam importantes rodovias e enfrentaram a polícia na terça-feira, enquanto a coalizão de direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu avança com um projeto de lei contestado que busca restrições ao poder da Suprema Corte.
Multidões de manifestantes com bandeiras pararam o tráfego matinal em importantes cruzamentos e rodovias de todo o país. Alguns se deitaram nas vias, enquanto outros lançaram sinalizadores.
A polícia a cavalo se posicionou entre centenas de manifestantes no centro de negócios de Israel, Tel Aviv. Na entrada de Jerusalém, os oficiais usaram um canhão de água para dispersar alguns manifestantes e arrastaram outros à força.
Pelo menos 42 pessoas foram presas, disse a polícia, e novos protestos foram planejados ao longo de terça-feira, inclusive no aeroporto internacional Ben Gurion.
A busca da coalizão nacionalista-religiosa de Netanyahu para mudar o sistema judiciário tem provocado protestos sem precedentes, despertado preocupação com a saúde democrática de Israel entre os aliados ocidentais e prejudicado a economia.
O novo projeto de lei ganhou a primeira das três votações necessárias para ser transformado em lei na noite de segunda-feira, aos gritos de 'vergonha' dos parlamentares da oposição.
Se aprovado como está, restringiria o poder da Suprema Corte de anular decisões tomadas pelo governo, ministros e autoridades eleitas.
Os críticos argumentam que essa supervisão judicial ajuda a prevenir a corrupção e os abusos de poder. Os proponentes dizem que a mudança facilitará a governança eficaz ao restringir a intervenção do tribunal, argumentando que os juízes têm outros meios legais para exercer a supervisão.
As divisões sobre a campanha do governo para reformar o judiciário atingiram profundamente a sociedade israelense. Netanyahu - que está sendo julgado por acusações de corrupção que ele nega - fez uma pausa para negociações de compromisso com a oposição, mas as negociações fracassaram em junho.
(Reportagem adicional de Maayan Lubell, Dan Willliams e Steven Scheer)
Escrito por Reuters
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