Putin elogia cooperação militar de 'alta tecnologia' entre Rússia e China

Por Guy Faulconbridge

MOSCOU (Reuters) - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, elogiou nesta quarta-feira o que descreveu como uma importante cooperação militar russa de 'alta tecnologia' com a China em uma reunião em Moscou com um importante general chinês que é um aliado próximo do presidente da China, Xi Jinping.

A China e a Rússia declararam uma parceria 'sem limites' em fevereiro de 2022, quando Putin visitou Pequim poucos dias antes de enviar dezenas de milhares de tropas para a Ucrânia, desencadeando a guerra terrestre mais mortal na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Ao receber o general Zhang Youxia, vice-presidente da Comissão Militar Central da China, e o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, Putin enviou seus melhores votos a Xi, dizendo que os dois líderes haviam desenvolvido uma boa amizade e relações de trabalho.

'A Rússia e a China não estão construindo alianças militares nos moldes da Guerra Fria', disse Putin a Zhang em sua residência em Novo-Ogaryovo, nos arredores de Moscou, acrescentando que a relação russo-chinesa é uma força estabilizadora para o mundo.

Os Estados Unidos consideram a China como seu maior concorrente e a Rússia como o Estado-nação de maior ameaça, enquanto o presidente dos EUA, Joe Biden, argumenta que este século será definido por uma disputa existencial entre democracias e autocracias.

Putin, que comanda a maior potência nuclear do mundo, disse que a cooperação militar entre Moscou e Pequim está aumentando e se concentra em áreas de alta tecnologia que garantirão a segurança estratégica.

'É claro que nossa cooperação, nossos contatos na esfera militar e técnico-militar, também estão se tornando cada vez mais importantes, assim como para a cooperação técnico-militar, aqui, é claro, nosso trabalho nas esferas de alta tecnologia vem em primeiro lugar', disse Putin.

'Refiro-me ao espaço, incluindo agrupamentos de alta órbita, também me refiro a armas modernas e promissoras que certamente garantirão a segurança estratégica tanto da Rússia quanto da República Popular da China.'

Um painel bipartidário nomeado pelo Congresso dos EUA disse no mês passado que Washington deve se preparar para possíveis guerras simultâneas com Moscou e Pequim, expandindo suas forças convencionais, fortalecendo alianças e aprimorando seu programa de modernização de armas nucleares.

Putin acusou os EUA de fomentar as tensões na Ásia ao tentar formar alianças militares, uma referência à aliança de segurança entre EUA, Austrália e Reino Unido.