Reformas estão prontas para serem apresentadas em janeiro, diz Bolsonaro à TV Record
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(Reuters) - O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, disse já ter propostas de reformas prontas para serem apresentadas em janeiro, inclusive para uma reforma tributária, caso seja eleito presidente, e afirmou que seu eventual governo vai buscar um 'dólar compatível' e a menor taxa de juros possível.
'As reformas que têm que ser feitas, tributária e etc, está praticamente tudo pronto, está quase tudo com sinal verde, e uma vez a gente chegando, se elegendo, apresenta em janeiro essas propostas', disse Bolsonaro em entrevista à TV Record reproduzida na conta oficial de Twitter do candidato, na noite de quarta-feira.
'Não aumentaremos mais imposto, até porque ninguém tem como pagar mais imposto no Brasil. A ideia é desburocratizar e desregulamentar muita coisa', acrescentou.
Bolsonaro reiterou na entrevista ser contrário a privatizações no setor elétrico, assim como que gostaria de manter estatal o 'miolo' da Petrobras. Na quarta-feira, as ações da Eletrobras sofreram uma queda acentuada na bolsa em reação a declarações do candidato sobre ser contrário à privatização de ativos na área de geração de energia elétrica.
'Privatizar alguma coisa, não é tudo, vamos preservar aqui o setor elétrico, Furnas, Banco do Brasil e Caixa Econômica', disse. 'A Petrobras eu acho que tem que ser preservada o miolo dela. A questão de refinaria, refino, acho que você pode partir paulatinamente para privatizações.'
O candidato do PSL afirmou ter estabelecido algumas metas econômicas a serem buscadas pelo ministro da Fazenda de seu eventual governo, o economista Paulo Guedes, entre elas 'um dólar compatível, uma taxa de juros menor possível e buscar uma maneira de pagar a dívida interna'.
Bolsonaro também comentou na entrevista sobre a proposta de pagar um 13º salário aos beneficiários do programa Bolsa Família, e disse que os recursos para isso sairão de combate a fraudes no próprio programa.
'Nós gastamos aproximadamente 30 bilhões de reais por ano com o Bolsa Família, acho que 7, 8 bilhões é fraude, dá para você combater e pagar o 13º', disse, acrescentando que 'ninguém pode pensar em acabar com o Bolsa Família, seria um ato de desumanidade'.
Bolsonaro confirmou, ainda, que será liberado pelos médicos na semana que vem para participar de eventos de campanha, e que estará disponível para comparecer a dois debates com seu adversário no segundo turno, Fernando Haddad, do PT.
Bolsonaro permanece com restrições impostas pelos médicos após passar por duas cirurgias e permanecer hospitalizado por 23 dias em consequência de um facada sofrida durante ato de campanha no mês passado em Juiz de Fora (MG).
'Quinta-feira que vem eu vou a São Paulo e eles com toda certeza me liberam. Estaria disponível a participar de dois debates com o senhor Haddad, então é motivo de satisfação enfrentar o pau mandado de Lula e ter como mostrar para a população onde o PT chegará caso consiga o poder novamente'.
Bolsonaro vai enfrentar o candidato do PT no segundo turno do dia 28 de outubro após ter sido o mais votado no primeiro turno com 46 por cento dos votos, enquanto Haddad ficou em segundo lugar com 29 por cento.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)
Escrito por Thomson Reuters
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