Zelenskiy faz apelo final em Washington por fundos de guerra para Ucrânia
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Por Trevor Hunnicutt
WASHINGTON (Reuters) - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, planeja fazer um último apelo aos parlamentares norte-americanos nesta terça-feira para que mantenham o apoio militar enquanto seu país luta contra a Rússia, em visitas à Casa Branca e ao Capitólio.
A caminho do inverno (no Hemisfério Norte), com dezenas de milhares de ucranianos mortos, um déficit orçamentário enorme e os avanços russos no leste, Zelenskiy deve pressionar os parlamentares a repor o financiamento quase esgotado, antes de se reunir com o presidente Joe Biden.
'Se há alguém inspirado por questões não resolvidas no Capitólio, é apenas (o presidente russo Vladimir) Putin e sua camarilha doentia', disse Zelenskiy em um discurso em Washington na segunda-feira para um público militar.
Informações recentes da inteligência dos EUA mostram que 'a Rússia parece acreditar que um impasse militar durante o inverno drenará o apoio ocidental à Ucrânia' e, por fim, dará à Rússia a vantagem, apesar das perdas russas, disse Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca.
A Ucrânia está tendo sucesso em deter as forças russas, mas Putin continua ordenando que suas tropas avancem, apesar das pesadas perdas de soldados e equipamentos desde outubro, acrescentou ela.
Faltam apenas três dias para que o Congresso entre em recesso na sexta-feira, e os republicanos na Câmara dos Deputados têm se recusado até agora a aprovar um projeto de lei suplementar de 106 bilhões de dólares que contenha ajuda à Ucrânia sem condições ou mudanças relacionadas à imigração dos EUA.
Putin, que disse na semana passada que concorrerá novamente à Presidência em 2024, está apostando que pode superar a ajuda e a atenção do Ocidente para obter uma grande vitória estratégica, acreditam Zelenskiy e os assessores de Biden. A opinião é compartilhada por parlamentares europeus que enviarão seu próprio apelo ao Congresso dos EUA nesta terça-feira.
Biden tem apresentado a situação em termos duros, dizendo que 'a história julgará com severidade aqueles que derem as costas à causa da liberdade'.
Em última análise, as tropas dos EUA podem ser forçadas a lutar contra a Rússia, alertam Biden e outros, se um Putin descontrolado invadir um aliado europeu coberto pelos compromissos de defesa mútua da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
O presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, o republicano Mike Johnson, disse em uma carta ao governo divulgada na semana passada que os parlamentares precisam de mais detalhes sobre os objetivos dos EUA na Ucrânia e relacionou a questão à imigração vinda da fronteira com o México.
'O presidente Biden deve satisfazer as perguntas de supervisão do Congresso sobre a falha do governo até agora em apresentar objetivos claramente definidos e sua falha em fornecer armas essenciais (para a Ucrânia) em tempo hábil', escreveu Johnson.
Ele acrescentou que 'o financiamento suplementar para a Ucrânia depende da implementação de mudanças transformadoras nas leis de segurança de fronteira de nosso país'.
A Casa Branca informou ao Congresso em 4 de dezembro que o governo não terá mais fundos para fornecer armas para a Ucrânia após o final do ano. O Congresso aprovou mais de 110 bilhões de dólares para a Ucrânia desde a invasão do país pela Rússia em fevereiro de 2022, mas nenhum novo financiamento desde que os republicanos assumiram o controle da Câmara dos Democratas em janeiro.
Escrito por Reuters
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