62 anos de Roland Orzabal, sonhador do Tears For Fears

Inteligente, introspectivo e afortunado com a capacidade de escrever músicas com um apelo universal, Roland Orzabal está edificando um legado brilhante na indústria fonográfica. Nesta terça-feira (22), o co-fundador do Tears for Fears completa 62 anos. Com mais de quatro décadas no mercado, o cantor-compositor alcançou um sonho almejado por muitos artistas.

Donos de singles pop de altíssima qualidade, o Tears For Fears, formado por Orzabal e Curt Smith, vivenciou uma rápida ascensão à fama internacional. Os amigos de infância decidiram se juntar e criar uma banda inspirada na sonoridade de Synthpop e New Wave, gêneros crescentes no final dos anos 70. Começaram já de forma atípica, com o álbum de estreia no topo das paradas do Reino Unido, “The Hurting”, em 1983, quando tinham apenas 22 anos.

Eles ficaram conhecidos por seu som distinto com letras que exploram temas relacionados à ansiedade, amor e problemas da sociedade, permeadas com arranjos musicais pop/pós-punk. E em sua grande parte, as obras musicais foram escritas por Orzabal. Em sua homenagem, a Antena 1 selecionou algumas faixas em que o compositor provou ser um artista fora da curva:

Head Over Heels

A clássica “Head Over Heels” mostrou para o mundo a capacidade do duo de criar uma música contagiante e edificante. Ela é uma peça impecável do rock dos anos 80, com texturas de arranjo incorporadas à letra para criar uma envolvente experiência sensorial.

O ritmo animado e a construção da melodia do sintetizador propiciam uma sensação de alegria, que se contrasta com Orzabal cantando sobre as profundas sensações de se apaixonar e “perder a cabeça” por uma pessoa. Combinando poesia e paixão, a letra tem um refrão cativante e memorável, com a declaração: “Eu queria estar sozinho com você / E falar sobre o tempo”. A faixa é um destaque do segundo álbum “Songs from the Big Chair” e revela a capacidade do artista em criar uma canção com sonoridade inovadora e emocionalmente profunda.

Shout

Uma das peças mais góticas de seu catálogo, “Shout” é um hino político que marcou a banda por conta da maneira como eles combinam perfeitamente o rock pulsante com synthpop. A faixa, que gradualmente chega ao clímax, com as camadas por volta de 3:50 todas se fundindo, nunca deixa de fazer os cabelos se arrepiarem.

E como esquecer o solo? Inacreditavelmente a frente de sua época, ele permanece irresistível e não parece deslocado. Orzabal escreveu a música, de letras ousadas e desafiadoras sobre como se posicionar contra a opressão e a injustiça, de uma forma simples: “A música foi escrita na minha sala com apenas um pequeno sintetizador e uma bateria eletrônica. Inicialmente, eu tinha apenas o refrão, que era muito repetitivo, como um mantra”.

Advice for the Young at Heart

A faixa “Advice for the Young Heart” é uma balada emotiva e aconchegante, inspirada no jazz. No entanto, há muito mais do que apenas esses elementos: assim que ela se constrói, o refrão comove o ouvinte e os vocais etéreos do tecladista Nicky Holland são impactantes. Orzebal aborda os temas de amor e envelhecimento, junto com a importância de viver a vida ao máximo.

Ao discutir a canção, o compositor disse: “A música expressa o desejo de crescer e juntar as coisas – deixar o passado para trás. Eu acho que é apenas uma consciência de envelhecer, é disso que vem. E também uma consciência de que certos aspectos de você não estão envelhecendo”. A letra pungente a torna uma faixa de destaque no álbum "The Seeds of Love", mostrando a habilidade do Tears for Fears de criar uma música tanto grandiosa como profundamente pessoal.

Mad World

“Mad World” foi escrita por Orzabal aos 19 anos, quando ele se inspirou na composição de new wave do Duran Duran, “Girls on Film”. A faixa é uma masterclass em construções de camadas musicais, e até hoje é um dos maiores momentos da banda.

A faixa é introspectiva e traz uma melodia de sintetizador minimalista. Nesta obra, é possível sentir os vocais emotivos do compositor, criando uma sensação melancólica no ouvinte. O cantar é sobre dor e isolamento na vida moderna, com um refrão poderoso que declara “mundo louco/mundo louco”. Um fato surpreendente é que a canção foi inicialmente planejada para ser o lado B de “Pale Shelter”, mas a gravadora insistiu que fosse um single. Sem dúvida, a banda é grata por essa intervenção!

Everybody Wants to Rule the World

Quando a nostálgica melodia de abertura soa pelos alto-falantes, é rapidamente identificável. "Everybody Wants to Rule the World" é um single de 1985 que aborda temas críticos sobre poder e corrupção – condizendo com a atmosfera da época – com uma composição inteligente. É uma das faixas mais icônicas da dupla, que apresenta os vocais de Orzabal sobre uma batida forte e uma melodia cativante.

“Bem-vindo à sua vida / não há como voltar atrás” é uma das frases mais astutas produzidas por Orzabal e uma forte candidata a uma das maiores aberturas da história da música. A melodia minimalista de sua guitarra também é única. É um hit que triunfa por conseguir transmitir uma mensagem política e ser um hino - é uma obra-prima.

A letra que explora as relações do poder, ambição e controle social busca invocar reflexões sobre o desejo de sucesso e a influência corrupta da autoridade. O refrão da música é memorável, tornando-a uma das faixas mais reconhecidas e duradouras do Tears for Fears.

Veja também:

"USED TO BE YOUNG": MILEY CYRUS ANUNCIA SINGLE

POR DENTRO DA ANTENA 1: BASTIDORES DA NOSSA PROGRAMAÇÃO MUSICAL

Descontos especiais para distribuidores