O que está em jogo para o Brasil nessas eleições alemãs?

Transcrito:

Eleições na Alemanha: Por que elas são importantes para o Brasil?

Cristiane Ramalho (Correspondente DW): “A era Merkel está chegando ao fim, e em breve haverá um novo ocupante no prédio da Chancelaria, bem aqui atrás de mim. E isso terá impactos também sobre o Brasil.”

Influência na política ambiental

Cristiane Ramalho (Correspondente DW): “Desde a posse do Presidente Jair Bolsonaro, o Brasil passou de parceiro confiável a motivo de preocupação para a Alemanha na questão ambiental. Primeiro, foi a ameaça de deixar o Acordo de Paris. Depois, vieram as queimadas e o desmatamento recordes, que levaram a Alemanha a suspender o Fundo Amazônia, que ajuda proteger a região. Com a mudança climática no topo das preocupações dos alemães, as tensões nessa área tendem a aumentar. Pelo menos, enquanto Jair Bolsonaro estiver no poder."

Futuro das relações comerciais

Cristiane Ramalho (Correspondente DW): “O Brasil é o maior parceiro comercial da Alemanha na América do Sul, e vai continuar a ter um papel relevante na região. A grande dúvida fica por conta do Acordo de Livre Comércio. Finalmente assinado entre o Mercosul e a União Europeia, dois anos atrás, ele ainda precisa ser ratificado. E é justamente ai que está o problema, porque ele encontra resistência em vários países da Europa. Críticos apontam problemas na área socioeconômica e ambiental. Defendido inicialmente por Angela Merkel, ele foi comemorado por Jair Bolsonaro. Com a saída de Merkel, ele pode encontrar adversários para valer dentro do próprio governo alemão, o que teria consequências sobre a sua aprovação no resto da Europa."

Impacto na área de direitos humanos

Cristiane Ramalho (Correspondente DW): “O Brasil faz parte de um seleto grupo de países com os quais a Alemanha mantém uma parceria estratégica o que abre portas para acordos bilaterais de cooperação em áreas importantes, como educação, ciência e tecnologia. Mas as crescentes denuncias de ataques aos direitos de mulheres, negros, indígenas e de integrantes da comunidade LGBTQ já estão contribuindo para esfriar a relação entre os dois países. E, em última instancia, para reduzir o resultado desse trabalho conjunto. E nada indica que uma mudança de governo na Alemanha vá alterar essa situação. Seja quem for o novo chanceler, uma coisa é certa: O Brasil continuará a ser um interlocutor importante para a Alemanha na América Latina. Resta saber quando a confiança dos alemães no Brasil será plenamente restaurada."

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