Secretário de Defesa dos EUA se diz confiante de que militares brasileiros irão respeitar eleições de outubro
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Por Phil Stewart
BRASÍLIA (Reuters) - O secretário de Defesa do governo dos Estados Unidos, Lloyd Austin, afirmou nesta quarta-feira que o ministro da Defesa do Brasil disse a ele que as Forças Armadas do país estão focadas em providenciar segurança para garantir eleições 'seguras e transparentes' em outubro.
'O ministro brasileiro da Defesa comentou que está muito focado em providenciar segurança para garantir que eles irão conseguir conduzir uma eleição segura e transparente', disse Austin após comparecer a uma reunião entre ministros da área de Defesa do hemisfério ocidental em Brasília.
'Ele parece confiante em sua habilidade de providenciar segurança', disse o secretário a jornalistas.
A lealdade dos militares à Constituição se tornou uma questão central antes das eleições presidenciais no Brasil, onde o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem tentado gerar dúvidas sobre a confiabilidade do sistema eletrônico de votação.
Austin também comentou de maneira geral sobre a importância do firme controle das Forças Armadas pelos civis na região.
'Eu apenas ressaltaria que é especialmente vital que as Forças Armadas realizem com responsabilidade seus deveres durante as eleições', disse Austin, em uma declaração que provavelmente será repercutida no Brasil antes das eleições em 2 de outubro.
Durante a conferência, Austin disse a ministros do continente americano que o papel apropriado dos militares em uma sociedade democrática envolve 'a proteção da democracia, o respeito à vontade do povo e a defesa dos direitos humanos e do Estado de direito'.
O questionamento de Bolsonaro sobre o sistema eleitoral do Brasil levantou preocupações de que ele possa se recusar a aceitar uma derrota em outubro, seguindo o exemplo do ex-presidente dos EUA Donald Trump. A vantagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Bolsonaro chegou a quase 20 pontos em algumas pesquisas eleitorais.
Ex-capitão do Exército, Bolsonaro baseou grande parte de sua carreira política na nostalgia da ditadura militar brasileira de 1964-1985, menosprezando o Congresso e os tribunais. No governo, preencheu boa parte da administração com oficiais da reserva e da ativa das Forças Armadas.
Neste mês, ele disse a diplomatas que os militares brasileiros deveriam ser chamados para ajudar a garantir a transparência nas eleições. Bolsonaro tem pressionado as autoridades eleitorais a aceitar uma contagem paralela de votos a ser realizada pelas Forças Armadas, o que já foi descartado.
Escrito por Reuters
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