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Crítica de Cinema Antena 1: O Ataque dos Cães

O filme estreou na Netflix e é uma das apostas para o Oscar

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Antes de tudo, fique tranquilo, não haverá spoilers ou fatos que atrapalhem a trama!

Quando nos propomos a ver um filme de faroeste americano esperamos um bang bang se passando no final do século XIX, mas “Ataque dos Cães” é diferente. Trazendo o ambiente para 1920 e com uma proposta mais dramática que aventureira, o longa inova o gênero. Claro que não é a única exceção ao clichê, mas a qualidade de sua obra traz para si um enorme destaque.

Ataque dos Cães
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A neozelandesa ganhadora do Oscar e grande nome da sétima arte, Jane Campion é a responsável pela direção e adaptação do livro de Thomas Savage de 1967 “O Poder do Cão” (The Power of The Dog) para as telas.

O filme conta sobre os irmãos Phil Burbank (Benedict Cumberbatch) e George Burbank (Jesse Plemons), vaqueiros e donos da maior fazenda de Montana que são pessoas opostas. Phil é genial, tanto em seu conhecimento acadêmico quanto em sua capacidade de tratar dos animais, mas é uma pessoa fria e cruel. George, por sua vez, é gentil e preocupado com as pessoas. O conflito da trama se estabelece quando George se casa com Rose (Kristen Dunst), viúva de um suicida e mãe de Peter (Kodi Smit-McPhee). A nova família vai morar na fazenda dos Burbank, mas Phil não facilita para a vida do grupo e os olhos caem então sobre como Peter lidará com a situação.

Confira o trailer:

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MAS, SOBRE O QUE SE TRATA O FILME AFINAL?

Lendo uma crítica de cinema você provavelmente já espera encontrar uma análise da linguagem da obra, então vamos lá! E, relembrando: se você não gosta de spoilers, não precisa se preocupar.

“O Ataque dos Cães” fala sobre alguns temas inerentes não necessariamente ao ser humano, mas a convivência: ciúmes, medo, apego. A discussão sobre ser quem se é em meio a um ambiente extremamente repreensivo é muito bem colocada e trazida até o público de uma forma gradual que transforma os personagens ao longo da narrativa. Tomemos como exemplo Phil, sem spoilers, a transformação da visão do público sobre ele ao longo da trama faz com que ele seja cada vez mais profundo e interessante, uma verdadeira alegoria em forma de personagem.

O filme não é uma grande alegoria como “Mãe” de Darren Aronofsky, e por isso acerta bem mais na hora de passar a sua mensagem, já que não precisa atribuir outros papéis aos personagens. Cada um é o que é, humano e cheio de defeitos e erros que os caracterizam.

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INDO PARA OS TERMOS TÉCNICOS

A direção de Jane Campion é impecável, as escolhas dos cortes e planos de câmera passam os sentimentos exatos das cenas, sejam a vastidão seca de uma paisagem ou a escuridão apertada de uma casa que não lhe recebe bem. As mudanças de pontos de vista da narrativa são feitas de uma forma delicada sem que você note, o que muito ajuda nas diversas visões que temos dos mesmos personagens.

A fotografia é impressionante, sem o pedantismo de só depois explicar o escuro ou o claro, tudo é óbvio na medida que deve ser para agradar sem ofender. A diretora usa e abusa da mudança de foco para levar a narrativa visual a um patamar mais refinado.

Outro aplauso deve ir o figurino ao cenário que mistura o velho oeste com os anos 20 de maneira impressionante, abrindo os olhos para um recorte pouco explorado, afinal é estranhamente belo ver um cowboy, “alá” Clint Eastwood, ao lado de um carro não tão primitivo.

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Para falar dos atores só se pode tecer elogios a todos. Jesse Plemons encarna a bondade com pitadas de estupidez e Kristen Dunst mostra sua emoção bem melhor do que em papéis anteriores, como a Mary Jane do Homem-Aranha de Toby Maguire, mostrando grande amadurecimento. Kodi Smit-McPhee, por sua vez, faz um trabalho incrível, passando uma sensação de fragilidade e quebrando-a com enorme maestria.

Mas, o destaque vai para o consagrado Benedict Cumberbatch, em um dos papéis que com certeza marcou sua carreira, o ator traz as expressões mais aterrorizantes com um simples olhar ou sem mesmo estar em cena, apenas com a aura que criou para o personagem. Vale comentar o excelente sotaque americano que o inglês foi capaz de produzir.

Na opinião da Antena 1, “O Ataque dos Cães” é um dos melhores filmes do ano.


Ficha Técnica

Diretor: Jane Campion

Roteiro: Jane Campion, Thomas Savage

Elenco: Benedict Cumberbatch, Kirsten Dunst, Jesse Plemons, Kodi Smit-McPhee

Duração: 2h 08min

Gênero: Faroeste, Drama

Classificação Etária: 14 anos

Nota: 10

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